domingo, 30 de setembro de 2012
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Se endividar de lembranças
Quando a gente gosta, a gente começa emprestando um livro, depois um casaco, um guarda-chuva, até que somos mais emprestados do que devolvidos. Gostar é não devolver, é se endividar de lembranças.
(Igor Bonfim)
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
O seu momento, o seu corredor, as suas soluções.
Todos
nós devíamos um dia parar para andar num corredor vazio, a noite, sozinhos. Um
corredor que costuma estar ocupado por dezenas de pés ao mesmo tempo, mas
naquele momento encontra-se vulnerável, carregando e guiando apenas os seus
passos. Todas as suas atenções, voltadas para você.
O
vento frio adentrando seu comprimento, sendo guiado pela sua forma e volume.
Apenas você como obstáculo, recebendo-o todo no seu corpo. Fechando os olhos,
você sente-se como se fosse capaz de flutuar naquele momento em que só você e o
corredor podem participar. Por um minuto, tire tudo da cabeça. Os problemas, os
medos, as angústias e até os motivos bestas que o fazem tirar um sorriso do
rosto durante algum momento do dia.
Depois
de caminhar de cabeça vazia, você perceberá que pensamentos automáticos
começarão a passar sobre ela. É exatamente neles que você percebe quem você é e
o que você realmente quer na vida. Nesse momento, você se encontra sozinho, sem
ninguém para te julgar ou te dizer o que pensar. Apenas você sabe o que
realmente quer, certo?
Se
alguma dúvida existir, faça esse teste e minutos depois você terá respostas.
Sobre os conselhos que você sempre quis ouvir e nunca teve a quem pedir, sobe
as escolhas que você precisou fazer, mas decidiu desistir por medo, sobre o
futuro, sobre o presente... Mas nunca sobre o passado. Não façamos um teste
desnecessário. O passado já nos persegue tanto... Porque trazê-lo para um
momento tão magnífico?
Sobre
os resultados? Não divulgue. Nem jamais comente que esse momento existiu.
Guarde-o para você. Como aquele segredo que você jamais vai contar, aquele
momento só seu que ninguém no mundo, nem mesmo os mais próximos, tem
necessidade de descobrir. O seu momento, o seu corredor, as suas soluções. Quando
o corredor acabar, levante a cabeça, respire fundo, e sorria, de volta aos
caminhos ainda ocupados por dezenas de passos.
B.S.
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
Never getting back together
"So he calls me up and he's like
'I still love you'
And I'm like... I mean...
'This is exhausting' you know, like
We are never getting back together
Like ever."
We are never getting back together - Taylor Swift
Ronan
Você acordou de
manhã,
E teve uma pequena
briga com sua irmã
Por causa das roupas
no chão do quarto.
Por isso você diz que
sua vida é uma merda?
Você põe os pés fora
de casa,
E dá de cara com um
engarrafamento quilométrico.
Para variar, você
está em pé no ônibus.
Por isso você diz que
sua vida é uma merda?
Brigou com seu
namorado, com seu melhor amigo,
Por causa de
besteiras do dia a dia?
Por causa de ciúmes?
Por isso você diz que
sua vida é uma merda?
Você não faz nada
além de estudar,
Se dedicar àquilo que
te deixar sem tempo,
Não faz nada além de
enfiar sua cara nos livros.
Por isso você diz que
sua vida é uma merda?
Você sente cólica,
passa mal, tem um pouco de febre.
Você quebra uma perna
ou um braço.
Por isso você diz que
sua vida é uma merda?
O que você me diz,
Sobre aqueles que
dormem na rua todas as noites,
Que encontram comida
no lixo,
E ainda dividem com
seus companheiros?
Ainda acha que sua
vida é uma merda?
O que você me diz,
Dos bebês que são
jogados nos lixos todos os dias,
Que no futuro
pensarão:
“Porque me
abandonaram de forma tão desumana?”
Ainda acha que sua
vida é uma merda?
O que você me diz,
De uma mãe que vê se
filho morrer,
De uma família que
perde uma criança
No auge de sua
infância?
O que você me diz,
De alguém que luta,
mesmo sem forças,
Contra uma doença traiçoeira,
E nem sequer sabe o
que está acontecendo?
O que você me diz,
De alguém que depois
de tanto lutar,
Acabou sendo vencido?
O que me diz da mesma
mãe,
Que viu seu filho
lutar, e lutou ao seu lado,
Mas teve que abrir os
olhos,
E vê-lo partir
Em plenos 3 ou 4 anos
de idade?
Sinceramente,
você ainda acha que
sua vida é uma merda?
B.S.
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
A regra principal
Muito
barulho, conversas avulsas, passos e diversos sapatos, o Sol refletindo na
grama e pessoas de casaco, e sua cabeça pesava. Solteira, enquanto caminhava
pela “passarela da vergonha” dentro do seu colégio, observava os casais melosos
que a faziam questionar se seria possível que eles fossem aqueles casais ridículos
dos livros.
Desse barulho, do meio dos passos com diferentes sapatos, alguém ocupou o lugar ao seu lado no banco. Ela fez menção de abrir os olhos, mas esse alguém apenas a permitiu que levantasse a cabeça, e se mantivesse na completa cegueira voluntária. Segurou uma de suas mãos, e colocou sua outra por trás dos cabelos dela.
Era impossível não saber de quem se tratava. E agora era ela quem não queria abrir os olhos. Não era necessário. O perfume, as batidas fortes no peito, o toque em suas mãos, e aquele abraço já lhe eram suficientes para alcançar a conclusão de quem estava ao seu lado. Ali ela percebia que todo o barulho se esvaia, que a sua dor não sacrificava tanto quanto antes, e tudo isso com seus olhos fechados e dois braços ao seu redor, apenas.
Naquele momento ela percebera que as belezas que seus olhos lhe mostravam não lhe serviam de nada se comparadas à beleza do que sentia, à beleza da velocidade com a qual seu coração batia a cada segundo. Não seriam nada se comparadas com os pêlos do seu braço arrepiados, com os dedos que caminhavam pela sua cintura e a faziam sorrir por sentir cócegas. De nada valiam, se comparadas àquele abraço. Apertado, cheio de importância e cheio de vontade de dar carinho e fazer todos os seus problemas virem abaixo. De nada valiam diante do que sentia, mesmo que ela não tivesse a menor ideia do que se tratava. Simples. De nada valiam.
Kate sabia. Sabia que pertencia a um mundo onde a aparência não interferia nas suas escolhas, onde o tempo não definia a amplitude do sentimento, onde amizades verdadeiras não terminavam, o que acontecia apenas era que as que aparentavam ser, traziam à tona toda a verdade. Ela vivia num mundo onde fechar os olhos e se deixar levar era a regra principal.
Nada
estava errado, apesar da dor. Nos poucos minutos que lhe sobravam, Kate
sentou-se em um dos bancos vazios, e derramou a cabeça para trás, fechando os
olhos e se deixando levar pelo barulho que há tanto tempo estava acostumada.
Desse barulho, do meio dos passos com diferentes sapatos, alguém ocupou o lugar ao seu lado no banco. Ela fez menção de abrir os olhos, mas esse alguém apenas a permitiu que levantasse a cabeça, e se mantivesse na completa cegueira voluntária. Segurou uma de suas mãos, e colocou sua outra por trás dos cabelos dela.
Era impossível não saber de quem se tratava. E agora era ela quem não queria abrir os olhos. Não era necessário. O perfume, as batidas fortes no peito, o toque em suas mãos, e aquele abraço já lhe eram suficientes para alcançar a conclusão de quem estava ao seu lado. Ali ela percebia que todo o barulho se esvaia, que a sua dor não sacrificava tanto quanto antes, e tudo isso com seus olhos fechados e dois braços ao seu redor, apenas.
Naquele momento ela percebera que as belezas que seus olhos lhe mostravam não lhe serviam de nada se comparadas à beleza do que sentia, à beleza da velocidade com a qual seu coração batia a cada segundo. Não seriam nada se comparadas com os pêlos do seu braço arrepiados, com os dedos que caminhavam pela sua cintura e a faziam sorrir por sentir cócegas. De nada valiam, se comparadas àquele abraço. Apertado, cheio de importância e cheio de vontade de dar carinho e fazer todos os seus problemas virem abaixo. De nada valiam diante do que sentia, mesmo que ela não tivesse a menor ideia do que se tratava. Simples. De nada valiam.
Kate sabia. Sabia que pertencia a um mundo onde a aparência não interferia nas suas escolhas, onde o tempo não definia a amplitude do sentimento, onde amizades verdadeiras não terminavam, o que acontecia apenas era que as que aparentavam ser, traziam à tona toda a verdade. Ela vivia num mundo onde fechar os olhos e se deixar levar era a regra principal.
"E era por isso que ela gostava daqueles abraços. Os
apertados. Porque era ali. Era ali que ela encontrava tudo o que havia de mais
bonito."
(Caio Fernando Abreu)
B.S.
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Se endividar de lembranças
Quando a gente gosta, a gente começa emprestando um livro, depois um casaco, um guarda-chuva, até que somos mais emprestados do que devolvidos. Gostar é não devolver, é se endividar de lembranças.
(Igor Bonfim)
O seu momento, o seu corredor, as suas soluções.
Todos
nós devíamos um dia parar para andar num corredor vazio, a noite, sozinhos. Um
corredor que costuma estar ocupado por dezenas de pés ao mesmo tempo, mas
naquele momento encontra-se vulnerável, carregando e guiando apenas os seus
passos. Todas as suas atenções, voltadas para você.
O
vento frio adentrando seu comprimento, sendo guiado pela sua forma e volume.
Apenas você como obstáculo, recebendo-o todo no seu corpo. Fechando os olhos,
você sente-se como se fosse capaz de flutuar naquele momento em que só você e o
corredor podem participar. Por um minuto, tire tudo da cabeça. Os problemas, os
medos, as angústias e até os motivos bestas que o fazem tirar um sorriso do
rosto durante algum momento do dia.
Depois
de caminhar de cabeça vazia, você perceberá que pensamentos automáticos
começarão a passar sobre ela. É exatamente neles que você percebe quem você é e
o que você realmente quer na vida. Nesse momento, você se encontra sozinho, sem
ninguém para te julgar ou te dizer o que pensar. Apenas você sabe o que
realmente quer, certo?
Se
alguma dúvida existir, faça esse teste e minutos depois você terá respostas.
Sobre os conselhos que você sempre quis ouvir e nunca teve a quem pedir, sobe
as escolhas que você precisou fazer, mas decidiu desistir por medo, sobre o
futuro, sobre o presente... Mas nunca sobre o passado. Não façamos um teste
desnecessário. O passado já nos persegue tanto... Porque trazê-lo para um
momento tão magnífico?
Sobre
os resultados? Não divulgue. Nem jamais comente que esse momento existiu.
Guarde-o para você. Como aquele segredo que você jamais vai contar, aquele
momento só seu que ninguém no mundo, nem mesmo os mais próximos, tem
necessidade de descobrir. O seu momento, o seu corredor, as suas soluções. Quando
o corredor acabar, levante a cabeça, respire fundo, e sorria, de volta aos
caminhos ainda ocupados por dezenas de passos.
B.S.
Never getting back together
"So he calls me up and he's like
'I still love you'
And I'm like... I mean...
'This is exhausting' you know, like
We are never getting back together
Like ever."
We are never getting back together - Taylor Swift
Ronan
Você acordou de
manhã,
E teve uma pequena
briga com sua irmã
Por causa das roupas
no chão do quarto.
Por isso você diz que
sua vida é uma merda?
Você põe os pés fora
de casa,
E dá de cara com um
engarrafamento quilométrico.
Para variar, você
está em pé no ônibus.
Por isso você diz que
sua vida é uma merda?
Brigou com seu
namorado, com seu melhor amigo,
Por causa de
besteiras do dia a dia?
Por causa de ciúmes?
Por isso você diz que
sua vida é uma merda?
Você não faz nada
além de estudar,
Se dedicar àquilo que
te deixar sem tempo,
Não faz nada além de
enfiar sua cara nos livros.
Por isso você diz que
sua vida é uma merda?
Você sente cólica,
passa mal, tem um pouco de febre.
Você quebra uma perna
ou um braço.
Por isso você diz que
sua vida é uma merda?
O que você me diz,
Sobre aqueles que
dormem na rua todas as noites,
Que encontram comida
no lixo,
E ainda dividem com
seus companheiros?
Ainda acha que sua
vida é uma merda?
O que você me diz,
Dos bebês que são
jogados nos lixos todos os dias,
Que no futuro
pensarão:
“Porque me
abandonaram de forma tão desumana?”
Ainda acha que sua
vida é uma merda?
O que você me diz,
De uma mãe que vê se
filho morrer,
De uma família que
perde uma criança
No auge de sua
infância?
O que você me diz,
De alguém que luta,
mesmo sem forças,
Contra uma doença traiçoeira,
E nem sequer sabe o
que está acontecendo?
O que você me diz,
De alguém que depois
de tanto lutar,
Acabou sendo vencido?
O que me diz da mesma
mãe,
Que viu seu filho
lutar, e lutou ao seu lado,
Mas teve que abrir os
olhos,
E vê-lo partir
Em plenos 3 ou 4 anos
de idade?
Sinceramente,
você ainda acha que
sua vida é uma merda?
B.S.
A regra principal
Muito
barulho, conversas avulsas, passos e diversos sapatos, o Sol refletindo na
grama e pessoas de casaco, e sua cabeça pesava. Solteira, enquanto caminhava
pela “passarela da vergonha” dentro do seu colégio, observava os casais melosos
que a faziam questionar se seria possível que eles fossem aqueles casais ridículos
dos livros.
Desse barulho, do meio dos passos com diferentes sapatos, alguém ocupou o lugar ao seu lado no banco. Ela fez menção de abrir os olhos, mas esse alguém apenas a permitiu que levantasse a cabeça, e se mantivesse na completa cegueira voluntária. Segurou uma de suas mãos, e colocou sua outra por trás dos cabelos dela.
Era impossível não saber de quem se tratava. E agora era ela quem não queria abrir os olhos. Não era necessário. O perfume, as batidas fortes no peito, o toque em suas mãos, e aquele abraço já lhe eram suficientes para alcançar a conclusão de quem estava ao seu lado. Ali ela percebia que todo o barulho se esvaia, que a sua dor não sacrificava tanto quanto antes, e tudo isso com seus olhos fechados e dois braços ao seu redor, apenas.
Naquele momento ela percebera que as belezas que seus olhos lhe mostravam não lhe serviam de nada se comparadas à beleza do que sentia, à beleza da velocidade com a qual seu coração batia a cada segundo. Não seriam nada se comparadas com os pêlos do seu braço arrepiados, com os dedos que caminhavam pela sua cintura e a faziam sorrir por sentir cócegas. De nada valiam, se comparadas àquele abraço. Apertado, cheio de importância e cheio de vontade de dar carinho e fazer todos os seus problemas virem abaixo. De nada valiam diante do que sentia, mesmo que ela não tivesse a menor ideia do que se tratava. Simples. De nada valiam.
Kate sabia. Sabia que pertencia a um mundo onde a aparência não interferia nas suas escolhas, onde o tempo não definia a amplitude do sentimento, onde amizades verdadeiras não terminavam, o que acontecia apenas era que as que aparentavam ser, traziam à tona toda a verdade. Ela vivia num mundo onde fechar os olhos e se deixar levar era a regra principal.
Nada
estava errado, apesar da dor. Nos poucos minutos que lhe sobravam, Kate
sentou-se em um dos bancos vazios, e derramou a cabeça para trás, fechando os
olhos e se deixando levar pelo barulho que há tanto tempo estava acostumada.
Desse barulho, do meio dos passos com diferentes sapatos, alguém ocupou o lugar ao seu lado no banco. Ela fez menção de abrir os olhos, mas esse alguém apenas a permitiu que levantasse a cabeça, e se mantivesse na completa cegueira voluntária. Segurou uma de suas mãos, e colocou sua outra por trás dos cabelos dela.
Era impossível não saber de quem se tratava. E agora era ela quem não queria abrir os olhos. Não era necessário. O perfume, as batidas fortes no peito, o toque em suas mãos, e aquele abraço já lhe eram suficientes para alcançar a conclusão de quem estava ao seu lado. Ali ela percebia que todo o barulho se esvaia, que a sua dor não sacrificava tanto quanto antes, e tudo isso com seus olhos fechados e dois braços ao seu redor, apenas.
Naquele momento ela percebera que as belezas que seus olhos lhe mostravam não lhe serviam de nada se comparadas à beleza do que sentia, à beleza da velocidade com a qual seu coração batia a cada segundo. Não seriam nada se comparadas com os pêlos do seu braço arrepiados, com os dedos que caminhavam pela sua cintura e a faziam sorrir por sentir cócegas. De nada valiam, se comparadas àquele abraço. Apertado, cheio de importância e cheio de vontade de dar carinho e fazer todos os seus problemas virem abaixo. De nada valiam diante do que sentia, mesmo que ela não tivesse a menor ideia do que se tratava. Simples. De nada valiam.
Kate sabia. Sabia que pertencia a um mundo onde a aparência não interferia nas suas escolhas, onde o tempo não definia a amplitude do sentimento, onde amizades verdadeiras não terminavam, o que acontecia apenas era que as que aparentavam ser, traziam à tona toda a verdade. Ela vivia num mundo onde fechar os olhos e se deixar levar era a regra principal.
"E era por isso que ela gostava daqueles abraços. Os
apertados. Porque era ali. Era ali que ela encontrava tudo o que havia de mais
bonito."
(Caio Fernando Abreu)
B.S.
Assinar:
Postagens (Atom)
Se endividar de lembranças
Quando a gente gosta, a gente começa emprestando um livro, depois um casaco, um guarda-chuva, até que somos mais emprestados do que devolvidos. Gostar é não devolver, é se endividar de lembranças.
(Igor Bonfim)
O seu momento, o seu corredor, as suas soluções.
Todos
nós devíamos um dia parar para andar num corredor vazio, a noite, sozinhos. Um
corredor que costuma estar ocupado por dezenas de pés ao mesmo tempo, mas
naquele momento encontra-se vulnerável, carregando e guiando apenas os seus
passos. Todas as suas atenções, voltadas para você.
O
vento frio adentrando seu comprimento, sendo guiado pela sua forma e volume.
Apenas você como obstáculo, recebendo-o todo no seu corpo. Fechando os olhos,
você sente-se como se fosse capaz de flutuar naquele momento em que só você e o
corredor podem participar. Por um minuto, tire tudo da cabeça. Os problemas, os
medos, as angústias e até os motivos bestas que o fazem tirar um sorriso do
rosto durante algum momento do dia.
Depois
de caminhar de cabeça vazia, você perceberá que pensamentos automáticos
começarão a passar sobre ela. É exatamente neles que você percebe quem você é e
o que você realmente quer na vida. Nesse momento, você se encontra sozinho, sem
ninguém para te julgar ou te dizer o que pensar. Apenas você sabe o que
realmente quer, certo?
Se
alguma dúvida existir, faça esse teste e minutos depois você terá respostas.
Sobre os conselhos que você sempre quis ouvir e nunca teve a quem pedir, sobe
as escolhas que você precisou fazer, mas decidiu desistir por medo, sobre o
futuro, sobre o presente... Mas nunca sobre o passado. Não façamos um teste
desnecessário. O passado já nos persegue tanto... Porque trazê-lo para um
momento tão magnífico?
Sobre
os resultados? Não divulgue. Nem jamais comente que esse momento existiu.
Guarde-o para você. Como aquele segredo que você jamais vai contar, aquele
momento só seu que ninguém no mundo, nem mesmo os mais próximos, tem
necessidade de descobrir. O seu momento, o seu corredor, as suas soluções. Quando
o corredor acabar, levante a cabeça, respire fundo, e sorria, de volta aos
caminhos ainda ocupados por dezenas de passos.
B.S.
Never getting back together
"So he calls me up and he's like
'I still love you'
And I'm like... I mean...
'This is exhausting' you know, like
We are never getting back together
Like ever."
We are never getting back together - Taylor Swift
Ronan
Você acordou de
manhã,
E teve uma pequena
briga com sua irmã
Por causa das roupas
no chão do quarto.
Por isso você diz que
sua vida é uma merda?
Você põe os pés fora
de casa,
E dá de cara com um
engarrafamento quilométrico.
Para variar, você
está em pé no ônibus.
Por isso você diz que
sua vida é uma merda?
Brigou com seu
namorado, com seu melhor amigo,
Por causa de
besteiras do dia a dia?
Por causa de ciúmes?
Por isso você diz que
sua vida é uma merda?
Você não faz nada
além de estudar,
Se dedicar àquilo que
te deixar sem tempo,
Não faz nada além de
enfiar sua cara nos livros.
Por isso você diz que
sua vida é uma merda?
Você sente cólica,
passa mal, tem um pouco de febre.
Você quebra uma perna
ou um braço.
Por isso você diz que
sua vida é uma merda?
O que você me diz,
Sobre aqueles que
dormem na rua todas as noites,
Que encontram comida
no lixo,
E ainda dividem com
seus companheiros?
Ainda acha que sua
vida é uma merda?
O que você me diz,
Dos bebês que são
jogados nos lixos todos os dias,
Que no futuro
pensarão:
“Porque me
abandonaram de forma tão desumana?”
Ainda acha que sua
vida é uma merda?
O que você me diz,
De uma mãe que vê se
filho morrer,
De uma família que
perde uma criança
No auge de sua
infância?
O que você me diz,
De alguém que luta,
mesmo sem forças,
Contra uma doença traiçoeira,
E nem sequer sabe o
que está acontecendo?
O que você me diz,
De alguém que depois
de tanto lutar,
Acabou sendo vencido?
O que me diz da mesma
mãe,
Que viu seu filho
lutar, e lutou ao seu lado,
Mas teve que abrir os
olhos,
E vê-lo partir
Em plenos 3 ou 4 anos
de idade?
Sinceramente,
você ainda acha que
sua vida é uma merda?
B.S.
A regra principal
Muito
barulho, conversas avulsas, passos e diversos sapatos, o Sol refletindo na
grama e pessoas de casaco, e sua cabeça pesava. Solteira, enquanto caminhava
pela “passarela da vergonha” dentro do seu colégio, observava os casais melosos
que a faziam questionar se seria possível que eles fossem aqueles casais ridículos
dos livros.
Desse barulho, do meio dos passos com diferentes sapatos, alguém ocupou o lugar ao seu lado no banco. Ela fez menção de abrir os olhos, mas esse alguém apenas a permitiu que levantasse a cabeça, e se mantivesse na completa cegueira voluntária. Segurou uma de suas mãos, e colocou sua outra por trás dos cabelos dela.
Era impossível não saber de quem se tratava. E agora era ela quem não queria abrir os olhos. Não era necessário. O perfume, as batidas fortes no peito, o toque em suas mãos, e aquele abraço já lhe eram suficientes para alcançar a conclusão de quem estava ao seu lado. Ali ela percebia que todo o barulho se esvaia, que a sua dor não sacrificava tanto quanto antes, e tudo isso com seus olhos fechados e dois braços ao seu redor, apenas.
Naquele momento ela percebera que as belezas que seus olhos lhe mostravam não lhe serviam de nada se comparadas à beleza do que sentia, à beleza da velocidade com a qual seu coração batia a cada segundo. Não seriam nada se comparadas com os pêlos do seu braço arrepiados, com os dedos que caminhavam pela sua cintura e a faziam sorrir por sentir cócegas. De nada valiam, se comparadas àquele abraço. Apertado, cheio de importância e cheio de vontade de dar carinho e fazer todos os seus problemas virem abaixo. De nada valiam diante do que sentia, mesmo que ela não tivesse a menor ideia do que se tratava. Simples. De nada valiam.
Kate sabia. Sabia que pertencia a um mundo onde a aparência não interferia nas suas escolhas, onde o tempo não definia a amplitude do sentimento, onde amizades verdadeiras não terminavam, o que acontecia apenas era que as que aparentavam ser, traziam à tona toda a verdade. Ela vivia num mundo onde fechar os olhos e se deixar levar era a regra principal.
Nada
estava errado, apesar da dor. Nos poucos minutos que lhe sobravam, Kate
sentou-se em um dos bancos vazios, e derramou a cabeça para trás, fechando os
olhos e se deixando levar pelo barulho que há tanto tempo estava acostumada.
Desse barulho, do meio dos passos com diferentes sapatos, alguém ocupou o lugar ao seu lado no banco. Ela fez menção de abrir os olhos, mas esse alguém apenas a permitiu que levantasse a cabeça, e se mantivesse na completa cegueira voluntária. Segurou uma de suas mãos, e colocou sua outra por trás dos cabelos dela.
Era impossível não saber de quem se tratava. E agora era ela quem não queria abrir os olhos. Não era necessário. O perfume, as batidas fortes no peito, o toque em suas mãos, e aquele abraço já lhe eram suficientes para alcançar a conclusão de quem estava ao seu lado. Ali ela percebia que todo o barulho se esvaia, que a sua dor não sacrificava tanto quanto antes, e tudo isso com seus olhos fechados e dois braços ao seu redor, apenas.
Naquele momento ela percebera que as belezas que seus olhos lhe mostravam não lhe serviam de nada se comparadas à beleza do que sentia, à beleza da velocidade com a qual seu coração batia a cada segundo. Não seriam nada se comparadas com os pêlos do seu braço arrepiados, com os dedos que caminhavam pela sua cintura e a faziam sorrir por sentir cócegas. De nada valiam, se comparadas àquele abraço. Apertado, cheio de importância e cheio de vontade de dar carinho e fazer todos os seus problemas virem abaixo. De nada valiam diante do que sentia, mesmo que ela não tivesse a menor ideia do que se tratava. Simples. De nada valiam.
Kate sabia. Sabia que pertencia a um mundo onde a aparência não interferia nas suas escolhas, onde o tempo não definia a amplitude do sentimento, onde amizades verdadeiras não terminavam, o que acontecia apenas era que as que aparentavam ser, traziam à tona toda a verdade. Ela vivia num mundo onde fechar os olhos e se deixar levar era a regra principal.
"E era por isso que ela gostava daqueles abraços. Os
apertados. Porque era ali. Era ali que ela encontrava tudo o que havia de mais
bonito."
(Caio Fernando Abreu)
B.S.
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