As
verdadeiras histórias de amor começam a partir de momentos súbitos. São aquelas
que decorrem sem que ambas as partes se deem conta da existência. De repente,
num futuro bem distante, ao olhar para trás percebe-se o quão incrível foi o
caminho percorrido. Aí sim, nota-se cada frase dita quando não se achava que
nada de extraordinário poderia acontecer, cada mensagem subliminar nos
comportamentos, nos olhares, nos cumprimentos e, em plena era digital, nas
conversas online. Afinal, quem sabe se daqui a algum tempo os registros de
conversas online não serão material de base para livros que contarão grandes
histórias de amor?
As coisas começam quando duas pessoas
se conhecem. Seja por intermédio de amigos, no colégio, faculdade ou cursos,
seja morando no mesmo condomínio, ou tantas outras hipóteses mais. As pessoas
se olham, conversam um pouco – sempre aquela conversa com um teor de “estou
pensando no que falar. Não quero passar uma má impressão” – e se despedem, sem
nenhuma pretensão de que aquilo aconteça novamente. Nas suas reflexões a
informação sobre o novo ser introduzido na sua vida é apenas “conheci alguém
novo hoje”, e o cérebro interpreta como mais uma informação qualquer,
guardando-a num canto afastado da memória.
Passados alguns meses, seus amigos
começam a questionar quem é aquele novo alguém desconhecido por eles. Você se
dá conta que não sabe se responde que é um amigo ou um colega. Esse é o grande
perigo, a indecisão sobre qual é sua relação com aquele ser humano com quem
você tanto gosta de conversar, que te faz sentir à vontade, te faz rir e não
pede nada em troca. Até então, não há nada que te faça imaginar algo além de
uma provável amizade.
De repente coisas diferentes começam a acontecer, as pessoas
perguntam se vocês são namorados, vocês trocam músicas e começam a passar mais
momentos juntos do que esperavam ser possível. Suas ideias nunca mais serão as
mesmas, tampouco o seu coração. O amor ensaiou sua aproximação, chegou, colou
no seu peito e você nem sequer percebeu, até sentir um nervoso inesperado perto
de alguém que antes lhe foi tão comum. O amor tem dessas coisas de chegar sem
pedir licença e não avisar até quando vai ficar. Talvez porque a sua intenção é
permanecer ali para sempre.
Há quem diga que amor acaba sim. Pode ser verdade, porque não? Todavia,
filósofos já diziam: Uma verdade nunca é absoluta. Uma versão da
verdade que prefiro acreditar, é que os amores verdadeiros jamais serão
apagados do coração. Talvez até da memória, mas não do coração. E é claro que
pode haver mais de um amor. Provavelmente serão sentidos de formas diferentes,
mas serão sim amores e igualmente inesquecíveis até o fim dos seus dias.
B.S.
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