sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Uma versão da verdade

      As verdadeiras histórias de amor começam a partir de momentos súbitos. São aquelas que decorrem sem que ambas as partes se deem conta da existência. De repente, num futuro bem distante, ao olhar para trás percebe-se o quão incrível foi o caminho percorrido. Aí sim, nota-se cada frase dita quando não se achava que nada de extraordinário poderia acontecer, cada mensagem subliminar nos comportamentos, nos olhares, nos cumprimentos e, em plena era digital, nas conversas online. Afinal, quem sabe se daqui a algum tempo os registros de conversas online não serão material de base para livros que contarão grandes histórias de amor?

         As coisas começam quando duas pessoas se conhecem. Seja por intermédio de amigos, no colégio, faculdade ou cursos, seja morando no mesmo condomínio, ou tantas outras hipóteses mais. As pessoas se olham, conversam um pouco – sempre aquela conversa com um teor de “estou pensando no que falar. Não quero passar uma má impressão” – e se despedem, sem nenhuma pretensão de que aquilo aconteça novamente. Nas suas reflexões a informação sobre o novo ser introduzido na sua vida é apenas “conheci alguém novo hoje”, e o cérebro interpreta como mais uma informação qualquer, guardando-a num canto afastado da memória.

         Passados alguns meses, seus amigos começam a questionar quem é aquele novo alguém desconhecido por eles. Você se dá conta que não sabe se responde que é um amigo ou um colega. Esse é o grande perigo, a indecisão sobre qual é sua relação com aquele ser humano com quem você tanto gosta de conversar, que te faz sentir à vontade, te faz rir e não pede nada em troca. Até então, não há nada que te faça imaginar algo além de uma provável amizade.

De repente coisas diferentes começam a acontecer, as pessoas perguntam se vocês são namorados, vocês trocam músicas e começam a passar mais momentos juntos do que esperavam ser possível. Suas ideias nunca mais serão as mesmas, tampouco o seu coração. O amor ensaiou sua aproximação, chegou, colou no seu peito e você nem sequer percebeu, até sentir um nervoso inesperado perto de alguém que antes lhe foi tão comum. O amor tem dessas coisas de chegar sem pedir licença e não avisar até quando vai ficar. Talvez porque a sua intenção é permanecer ali para sempre.

Há quem diga que amor acaba sim. Pode ser verdade, porque não? Todavia, filósofos já diziam: Uma verdade nunca é absoluta. Uma versão da verdade que prefiro acreditar, é que os amores verdadeiros jamais serão apagados do coração. Talvez até da memória, mas não do coração. E é claro que pode haver mais de um amor. Provavelmente serão sentidos de formas diferentes, mas serão sim amores e igualmente inesquecíveis até o fim dos seus dias.


B.S.

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Uma versão da verdade

      As verdadeiras histórias de amor começam a partir de momentos súbitos. São aquelas que decorrem sem que ambas as partes se deem conta da existência. De repente, num futuro bem distante, ao olhar para trás percebe-se o quão incrível foi o caminho percorrido. Aí sim, nota-se cada frase dita quando não se achava que nada de extraordinário poderia acontecer, cada mensagem subliminar nos comportamentos, nos olhares, nos cumprimentos e, em plena era digital, nas conversas online. Afinal, quem sabe se daqui a algum tempo os registros de conversas online não serão material de base para livros que contarão grandes histórias de amor?

         As coisas começam quando duas pessoas se conhecem. Seja por intermédio de amigos, no colégio, faculdade ou cursos, seja morando no mesmo condomínio, ou tantas outras hipóteses mais. As pessoas se olham, conversam um pouco – sempre aquela conversa com um teor de “estou pensando no que falar. Não quero passar uma má impressão” – e se despedem, sem nenhuma pretensão de que aquilo aconteça novamente. Nas suas reflexões a informação sobre o novo ser introduzido na sua vida é apenas “conheci alguém novo hoje”, e o cérebro interpreta como mais uma informação qualquer, guardando-a num canto afastado da memória.

         Passados alguns meses, seus amigos começam a questionar quem é aquele novo alguém desconhecido por eles. Você se dá conta que não sabe se responde que é um amigo ou um colega. Esse é o grande perigo, a indecisão sobre qual é sua relação com aquele ser humano com quem você tanto gosta de conversar, que te faz sentir à vontade, te faz rir e não pede nada em troca. Até então, não há nada que te faça imaginar algo além de uma provável amizade.

De repente coisas diferentes começam a acontecer, as pessoas perguntam se vocês são namorados, vocês trocam músicas e começam a passar mais momentos juntos do que esperavam ser possível. Suas ideias nunca mais serão as mesmas, tampouco o seu coração. O amor ensaiou sua aproximação, chegou, colou no seu peito e você nem sequer percebeu, até sentir um nervoso inesperado perto de alguém que antes lhe foi tão comum. O amor tem dessas coisas de chegar sem pedir licença e não avisar até quando vai ficar. Talvez porque a sua intenção é permanecer ali para sempre.

Há quem diga que amor acaba sim. Pode ser verdade, porque não? Todavia, filósofos já diziam: Uma verdade nunca é absoluta. Uma versão da verdade que prefiro acreditar, é que os amores verdadeiros jamais serão apagados do coração. Talvez até da memória, mas não do coração. E é claro que pode haver mais de um amor. Provavelmente serão sentidos de formas diferentes, mas serão sim amores e igualmente inesquecíveis até o fim dos seus dias.


B.S.

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Uma versão da verdade

      As verdadeiras histórias de amor começam a partir de momentos súbitos. São aquelas que decorrem sem que ambas as partes se deem conta da existência. De repente, num futuro bem distante, ao olhar para trás percebe-se o quão incrível foi o caminho percorrido. Aí sim, nota-se cada frase dita quando não se achava que nada de extraordinário poderia acontecer, cada mensagem subliminar nos comportamentos, nos olhares, nos cumprimentos e, em plena era digital, nas conversas online. Afinal, quem sabe se daqui a algum tempo os registros de conversas online não serão material de base para livros que contarão grandes histórias de amor?

         As coisas começam quando duas pessoas se conhecem. Seja por intermédio de amigos, no colégio, faculdade ou cursos, seja morando no mesmo condomínio, ou tantas outras hipóteses mais. As pessoas se olham, conversam um pouco – sempre aquela conversa com um teor de “estou pensando no que falar. Não quero passar uma má impressão” – e se despedem, sem nenhuma pretensão de que aquilo aconteça novamente. Nas suas reflexões a informação sobre o novo ser introduzido na sua vida é apenas “conheci alguém novo hoje”, e o cérebro interpreta como mais uma informação qualquer, guardando-a num canto afastado da memória.

         Passados alguns meses, seus amigos começam a questionar quem é aquele novo alguém desconhecido por eles. Você se dá conta que não sabe se responde que é um amigo ou um colega. Esse é o grande perigo, a indecisão sobre qual é sua relação com aquele ser humano com quem você tanto gosta de conversar, que te faz sentir à vontade, te faz rir e não pede nada em troca. Até então, não há nada que te faça imaginar algo além de uma provável amizade.

De repente coisas diferentes começam a acontecer, as pessoas perguntam se vocês são namorados, vocês trocam músicas e começam a passar mais momentos juntos do que esperavam ser possível. Suas ideias nunca mais serão as mesmas, tampouco o seu coração. O amor ensaiou sua aproximação, chegou, colou no seu peito e você nem sequer percebeu, até sentir um nervoso inesperado perto de alguém que antes lhe foi tão comum. O amor tem dessas coisas de chegar sem pedir licença e não avisar até quando vai ficar. Talvez porque a sua intenção é permanecer ali para sempre.

Há quem diga que amor acaba sim. Pode ser verdade, porque não? Todavia, filósofos já diziam: Uma verdade nunca é absoluta. Uma versão da verdade que prefiro acreditar, é que os amores verdadeiros jamais serão apagados do coração. Talvez até da memória, mas não do coração. E é claro que pode haver mais de um amor. Provavelmente serão sentidos de formas diferentes, mas serão sim amores e igualmente inesquecíveis até o fim dos seus dias.


B.S.

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