quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Labirinto de infindáveis passagens sem saída

Às vezes parece que tudo está prestes a desabar exatamente a sua frente. É uma sensação estranha ver as coisas diferentes, mesmo que seja um pouco. Dá uma vontade de se deixar levar e desabar junto, mesmo quando sabemos que não devemos e temos certeza que não vamos.

O mundo está um caos. A natureza está um caos. Meu coração está um caos. Escrever é a saída para o momento em que me encontro num labirinto de infindáveis passagens sem saída. Eu poderia receber alguns abraços e me seriam suficientes, mas os que mais preciso tem sido repelidos. Seja por motivos físicos, ou mesmo pela falta deles.

Eu gostaria de olhar nos olhos de algumas pessoas, e não precisar dizer nada. Apenas ter coragem de me mostrar vulnerável para alguém cujo olhar me salve dessa selva em que eu me sinto às vezes. Ou até mesmo olhar para alguém e ter a certeza sobre algo que me aflige, e acabar com essa sensação que tem passado pelo meu peito, de que algo está muito errado e eu sou a única que não fui informada.

Por quê? Será que eu poderia, ao menos, saber o porquê de tudo isso? É meio estranho me sentir assim. Gostaria de poder levar a vida como uma personagem de livro que admiro: Polyana. Talvez uma das que mais admirei em toda minha vida. Seria maravilhoso se o jogo do contente pudesse funcionar 100% dos momentos de nossas vidas. Eu diria que, para mim pelo menos, ele funciona cerca de 85%. Mas daí, vêm esses momentos os quais acabo deixando-o um pouco de lado e me entregando ao formigamento nos meus olhos, que anunciam lágrimas prestes a escorrer.

Penso no motivo que fez eu me sentir assim, agora. Foi amor. Não amor do tipo romântico, mas outro tipo de amor. Isso me fez sentir aflita e imaginar como será se algum dia acontecer algo parecido com o que aconteceu tempo atrás. Se caso isso acontecer, sei que não serei mais capaz de segurar diante dos olhos de qualquer um... Dessa vez são pessoas que vão além de um único motivo. São pessoas que fazem parte de mim. Da minha respiração, da minha pele, principalmente do meu coração.

As lágrimas eu segurei. Mas tive que desabar em letras. Sempre meu maior consolo e meu mais seguro refúgio. O único problema é que vocês não substituem esse olhar, esse sorriso, esse abraço e nem resolvem essa aflição.

Se eu nem sei onde estou,
como posso esperar que algum ouvido me escute?

(Discurso – Cecília Meireles)


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Labirinto de infindáveis passagens sem saída

Às vezes parece que tudo está prestes a desabar exatamente a sua frente. É uma sensação estranha ver as coisas diferentes, mesmo que seja um pouco. Dá uma vontade de se deixar levar e desabar junto, mesmo quando sabemos que não devemos e temos certeza que não vamos.

O mundo está um caos. A natureza está um caos. Meu coração está um caos. Escrever é a saída para o momento em que me encontro num labirinto de infindáveis passagens sem saída. Eu poderia receber alguns abraços e me seriam suficientes, mas os que mais preciso tem sido repelidos. Seja por motivos físicos, ou mesmo pela falta deles.

Eu gostaria de olhar nos olhos de algumas pessoas, e não precisar dizer nada. Apenas ter coragem de me mostrar vulnerável para alguém cujo olhar me salve dessa selva em que eu me sinto às vezes. Ou até mesmo olhar para alguém e ter a certeza sobre algo que me aflige, e acabar com essa sensação que tem passado pelo meu peito, de que algo está muito errado e eu sou a única que não fui informada.

Por quê? Será que eu poderia, ao menos, saber o porquê de tudo isso? É meio estranho me sentir assim. Gostaria de poder levar a vida como uma personagem de livro que admiro: Polyana. Talvez uma das que mais admirei em toda minha vida. Seria maravilhoso se o jogo do contente pudesse funcionar 100% dos momentos de nossas vidas. Eu diria que, para mim pelo menos, ele funciona cerca de 85%. Mas daí, vêm esses momentos os quais acabo deixando-o um pouco de lado e me entregando ao formigamento nos meus olhos, que anunciam lágrimas prestes a escorrer.

Penso no motivo que fez eu me sentir assim, agora. Foi amor. Não amor do tipo romântico, mas outro tipo de amor. Isso me fez sentir aflita e imaginar como será se algum dia acontecer algo parecido com o que aconteceu tempo atrás. Se caso isso acontecer, sei que não serei mais capaz de segurar diante dos olhos de qualquer um... Dessa vez são pessoas que vão além de um único motivo. São pessoas que fazem parte de mim. Da minha respiração, da minha pele, principalmente do meu coração.

As lágrimas eu segurei. Mas tive que desabar em letras. Sempre meu maior consolo e meu mais seguro refúgio. O único problema é que vocês não substituem esse olhar, esse sorriso, esse abraço e nem resolvem essa aflição.

Se eu nem sei onde estou,
como posso esperar que algum ouvido me escute?

(Discurso – Cecília Meireles)


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Às vezes parece que tudo está prestes a desabar exatamente a sua frente. É uma sensação estranha ver as coisas diferentes, mesmo que seja um pouco. Dá uma vontade de se deixar levar e desabar junto, mesmo quando sabemos que não devemos e temos certeza que não vamos.

O mundo está um caos. A natureza está um caos. Meu coração está um caos. Escrever é a saída para o momento em que me encontro num labirinto de infindáveis passagens sem saída. Eu poderia receber alguns abraços e me seriam suficientes, mas os que mais preciso tem sido repelidos. Seja por motivos físicos, ou mesmo pela falta deles.

Eu gostaria de olhar nos olhos de algumas pessoas, e não precisar dizer nada. Apenas ter coragem de me mostrar vulnerável para alguém cujo olhar me salve dessa selva em que eu me sinto às vezes. Ou até mesmo olhar para alguém e ter a certeza sobre algo que me aflige, e acabar com essa sensação que tem passado pelo meu peito, de que algo está muito errado e eu sou a única que não fui informada.

Por quê? Será que eu poderia, ao menos, saber o porquê de tudo isso? É meio estranho me sentir assim. Gostaria de poder levar a vida como uma personagem de livro que admiro: Polyana. Talvez uma das que mais admirei em toda minha vida. Seria maravilhoso se o jogo do contente pudesse funcionar 100% dos momentos de nossas vidas. Eu diria que, para mim pelo menos, ele funciona cerca de 85%. Mas daí, vêm esses momentos os quais acabo deixando-o um pouco de lado e me entregando ao formigamento nos meus olhos, que anunciam lágrimas prestes a escorrer.

Penso no motivo que fez eu me sentir assim, agora. Foi amor. Não amor do tipo romântico, mas outro tipo de amor. Isso me fez sentir aflita e imaginar como será se algum dia acontecer algo parecido com o que aconteceu tempo atrás. Se caso isso acontecer, sei que não serei mais capaz de segurar diante dos olhos de qualquer um... Dessa vez são pessoas que vão além de um único motivo. São pessoas que fazem parte de mim. Da minha respiração, da minha pele, principalmente do meu coração.

As lágrimas eu segurei. Mas tive que desabar em letras. Sempre meu maior consolo e meu mais seguro refúgio. O único problema é que vocês não substituem esse olhar, esse sorriso, esse abraço e nem resolvem essa aflição.

Se eu nem sei onde estou,
como posso esperar que algum ouvido me escute?

(Discurso – Cecília Meireles)


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