Eu quero escrever. Eu preciso escrever. Eu sinto as palavras passando pela minha cabeça a todo o momento.
Quando uma borboleta passa, e eu pulo assustada, paro de longe para observar e as palavras simplesmente brotam. Quando estou na rua e o vento, agressivamente, passa pelos meus cabelos, eu me irrito e ao mesmo tempo as palavras aparecem como numa carta que chega inesperadamente. Quando as formigas roem as plantas, e minha mãe grita com raiva, eu rio da situação, e ao mesmo tempo penso como poderia descrever a cena se eu estivesse escrevendo um livro.
Enquanto o mundo ao redor funciona, aparentemente normal, algum detalhe faz cada cena especial. Uma folha que balança na direção contrária às outras, alguém que ri num lugar em que todos cultivam o estresse, alguém que escreve mensagens sobre mudança e não apenas crítica, um abraço em quem se exclui socialmente, uma cor vibrante que se intromete na escala de cinzas, o brilho no olhar de uma criança mesmo quando não tem condições adequadas para isso...
No momento em que você está em casa, jogado no sofá, olhando para uma coleção de besteiróis que passam na sua TV, muita gente está “fazendo a vida valer a pena”. E são essas pessoas que gostaria de passar dias e dias observando, capturando cada individualidade, e, quem sabe, realmente transformá-las em personagens para minhas histórias?
E sabe que, diante de tudo isso, de todo meu orgulho por ter as palavras tão facilmente, eu ainda encontro pessoas que pouco se “lixam” para elas... eu digo... as palavras? O fato é que, talvez só seja assim para mim, e pra eles não seja nada disso...
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