O café está gostoso, mas não está tão quente quanto o normal? Para que reclamar? Não está bom do mesmo jeito? O jantar está na mesa, mas a toalha que a cobre não é mais a que costumava ser? E daí? Você vai comer a comida ou a toalha? O ônibus chegou e só um tem lugar vazio, mas não é o de sempre. Vai ficar em pé por isso?
As
coisas podem ser diferentes. Porque todo mundo insiste que o padrão é perfeito
e tem que ser seguido sempre? Não tem necessidade disso. Para que tanta pressão
na cabeça de nós, pobres mortais seres humanos? É difícil controlar sua cabeça
quando você se encontra num turbilhão de confusões assim. É um desafio que você
enfrenta todas as vezes que tem que tomar uma decisão contra você, mas a favor
do mundo. O que, diga-se de passagem, é indizivelmente desagradável.
Não
quero ser aquela que segue só porque o mundo flui nesse sentido. Quero ser a
que segue porque quer seguir no mesmo sentido do mundo. E sim, são coisas
totalmente diferentes. Simplesmente, quero fechar os olhos, e correr a favor do
vento tendo a chance de voltar, se eu mudar de ideia, quero insistir em comer
macarrão de colher, podendo mudar para o garfo se achar mais interessante.
Quero
ter a chance de fazer escolhas, sem olhar para o futuro com a sensação de
culpa, ou de decisão mal tomada. Quero abrir os olhos todas as manhãs não
ligando se os padrões estão ou não sendo seguidos por mim, mas com a certeza de
que tudo está bem e estou caminhando na direção correta. Quero sorrir sem
forçar, quero abraçar com vontade, quero ir contra o que o “comum” afirma, se eu
achar que é certo. Quero ser eu e escolher, única e exclusivamente, por mim.
B.S.
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