Abraços são expressões talvez mais fortes que
olhares. Se por um olhar é difícil disfarçar o que você sente por alguém, eu
diria que num abraço é mais difícil ainda. São os abraços de todos os dias que
te provam o amor que alguém sente por ti, a vontade de estar perto, de sentir
seu cheiro, a vontade de não te largar nunca mais.
Seja para os amigos ou namorados, jovens ou
adultos, crianças ou idosos. Seja numa despedida ou numa recepção, num bom dia
ou num boa noite, não importa. Um abraço é sempre um abraço com todo seu
significado e a tentativa de transmitir ao ser abraçado, todo o seu sentimento.
O problema é que nem todo o amor é recíproco e,
obviamente, nem todo abraço há de ser. O que acontece é que, geralmente,
apertamos mais forte os que mais amados são e demoramos mais tempo de largar os
que mais desejamos que estejam perto. E os que não merecem? O abraço nem
deveria existir, mas por questão de respeito e/ou educação você os abraça,
certo? Só existe uma certeza. A força não é a mesma, tão pouco o desejo de
proximidade.
Existem aqueles abraços que um dia mereceram ser os
mais fortes e pouco a pouco vão sendo reduzidos, passam a ser um ato de
educação de não de amor. Isso acontece aos poucos e você só repara quando torce
para que o seu encontro com aquela pessoa não tenha a necessidade de um abraço
de cumprimento. O sentimento de falsidade no abraço, para os que o prezam, é
nojento, desgostoso, indesejado.
Infelizmente todos nós passamos por isso com
alguém. O que tenho a dizer? Fiz essa descoberta recentemente e por quem jamais
imaginei ser possível. Só posso dizer que a força dos meus abraços existirá
sempre, mas só será destinada àqueles que fazem por merecê-la a cada dia e me
abraçam da mesma forma. Aos outros, não digo nada. Deixo apenas a redução da
força no meu abraço.
B.S.
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