Em
99,9% das hipóteses confirma-se que a ficção nos faz sentir melhor. As novelas,
as séries, os filmes... São eles os culpados por sermos tão iludidos com o
mundo, com as pessoas ao nosso redor, com os amores que esperamos viver.
Sonhamos com o corpo perfeito, com o amante perfeito, com os amigos perfeitos,
até mesmo com as lágrimas perfeitas, aquelas que são derramadas sabendo que
haverá um final feliz.
No
entanto, é o que tenho discutido com algumas pessoas ultimamente: Corremos para
a ficção, para procurar o que não realizamos na vida real. Para sonhar além,
realizar os sonhos com base em pessoas que simplesmente não existem. E sabe do
que? Ficamos bem com isso. Todos nós, sem exceção. Desde as novelas aos
desenhos animados, sabemos que cada momento perdido na frente da TV, nos faz
internalizar mais desejos impossíveis, cheios de figurinhas colantes daquelas
as quais nunca encontramos na embalagem que escolhemos para comprar.
O
pior de tudo, é que a cada dia que passa, percebemos a verdade por trás de tudo
isso, e somos cada vez mais pisoteados por doses exageradas de realidade que as
pessoas insistem em nos dar. Por que? Eu me pergunto... Para que doses
exageradas, se a vida já não é tão fácil? A ficção nos mostra o mundo tão
perfeito quanto sabemos que não é, todavia não é por isso que devemos nos
privar de acreditar em algumas doses de fantasia, devemos? Mas, como por trás
de tudo há um contraponto, nem todos concordam com isso.
As
crianças crescem com o sonho de serem super heróis. E são felizes aqueles os
quais os pais deixam acreditar, e incentivam a sua imaginação. Os adolescentes
sonham em serem jogadores de futebol, famosos, ou apenas conhecer um ídolo. É
aí que surge o problema. Seus pais já não são mais os mesmos de quando eles
queriam ser super heróis ou princesas. O tempo também não é o mesmo. E é
exatamente por isso que os adultos destroem seus maiores sonhos na
adolescência. Por falta de estímulo... Por que uma palavra, certo dia, destruiu
um coração que, no fundo no fundo, acreditava que a ficção pudesse surgir
diante da gigantesca crueldade.
Não
quero ser assim. Não quero deixar de sonhar por que um dia ouvi um “não”,
desejando com todas as minhas forças e esperanças, que viesse um sim. Não me
tornarei um adulto ranzinza, tomando frascos com dosagens exageradas de
realidade. Estou bem assim, vivendo de ficção e fantasia e sorrindo todos os
dias. Algum problema com isso?
B.S.
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