Abençoados
sejam os animais que não precisam raciocinar. Abençoados sejam por não
precisarem cobrar tanto de si mesmos, e ainda assim serem felizes com apenas o
necessário, capazes de amar mais do que
nós, que exercitamos a mais complexa capacidade humana, que é a razão. Sejam
eles abençoados por toda a festa que fazem sem mesmo ter consciência, o que os
torna esplendidamente sinceros.
Benditos
sejam eles, que não precisam passar dias a fio fora de casa, calculando,
escrevendo e reescrevendo, conversando, resolvendo problemas e tudo mais que os
envolve. Se nós, meros humanos e, ao mesmo tempo, seres de complexidade tão
incrível, tivéssemos essa capacidade de se desligar do mundo e apenas aproveitar...
Ah, a vida teria outro significado.
A
pergunta que não se cala é ‘porque tanta questão em se diferenciar desses
animais?’. São exemplos claros de coisas simples que os seis milhões de seres
bípedes não são capazes de se unir e demonstrar juntos, nem mesmo quando estão
livres das contas, dos papéis, das conversas e de todas as obrigações.
Seria
ótimo acordar livre de preocupações, e esperar apenas por alguém que lhe desse
um sorriso e dissesse o quanto te ama, sem pressa, mas com todo o amor
possível, levantar e dar uma volta sob o clima gostoso do Sol da manhã, esperar
seu potinho de comida, ou que enchessem sua tigela de água, não por obrigação,
mas por cuidado. Seria ótimo se pudéssemos fazer isso por nós mesmos, não?! E
depois de anos de estudos filosóficos, insistindo em exaltar a ‘maravilhosa’
qualidade humana, deveríamos perceber que, talvez, ela seja também motivo de
boa parte das dores, físicas ou psicológicas, nas quais nós mesmos nos
enfiamos, sem o mínimo de necessidade.
Seria
maravilhoso. Seria simples. E tudo estaria resumido ao mais sincero sentimento
do mundo, enfeitado por um pouco de dedicação: Amor.
B.S.
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