De
repente, mesmo quando o mundo está, aos poucos, desabando ao seu redor, você
sente aquela vontade incompreensível de rir, gargalhar alto, sem nenhuma razão
exata. Você continua cheio de problemas para resolver, as dores no corpo
(marcas de mais um dia de luta pelo futuro) permanecem, o cansaço bate e as
suas pernas apenas te arrastam para qualquer canto, mas ainda assim você não
consegue deixar a vontade de gargalhar de lado.
E
é sensacional. As pessoas por perto aparecem tristes, cabisbaixas, com vontade
de chorar, e tudo que você consegue pensar é em como fazê-las melhor, como
distribuir um pouco dessa sua vontade tremenda de sorrir, para fazê-las sorrir
também e te acompanhar nessa sensação indescritível e, aparentemente,
irracional.
Depois
de Pollyana, quando me sinto assim, vejo um pouco de orgulho brotando por mim
mesma. O jogo do contente parece estar funcionando por mais um dia, mais uma
vez na minha vida. Aquele velho jogo de agradecer pelo que tem, sabendo que
tudo poderia ser muito pior. Gostaria de espalhá-lo pelo mundo, assim como
Pollyana, e fazer crianças sorrirem, adultos lembrarem-se de como a vida vale a
pena além das obrigações, fazer as famílias se amarem verdadeiramente como
deveria ser.
Não
sei. Só gostaria de ver a Terra não em forma oval, mas no formato curvado,
brilhantemente deslumbrante, como quando aquele alguém que você tanto quer por
perto está sorrindo. Aquele formato, aquele som, aquele olhar de alegria que, a
cada momento, você deseja colocar no rosto ser humano que cruza o seu caminho.
B.S.
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