sábado, 28 de julho de 2012

Os que você quer na trincheira


"Em nossas vidas, cada um de nós desenha círculos. Dentro estão as suas pessoas. As pessoas pelas quais você briga, você projete, não importa o que. Conforme você envelhece, seu círculo fica menor e menor, pessoas crescem ou não, elas caem no esquecimento ou apenas se afastam, um dia de cada vez. Mas aqueles que ficam, nos bons e maus momentos, e tudo mais, são os que você quer na trincheira, quando as paredes ruírem."

(Mary Shannon - In Plain Sight)

sexta-feira, 27 de julho de 2012

E quantas mais hein?!

Queria poder derramar lágrimas por este mesmo motivo todos os dias. Sei que, infelizmente, na maioria das vezes elas serão derramadas por motivos realmente tristes onde não há outra solução, senão chorar e colocar as angústias para fora.  Mas hoje não foram elas que jorraram pelo meu rosto.

Esse foi o aniversário que mais me fez pensar. Me fez para pra refletir e analisar se o dia seria como eu esperava que fosse (decepcionante) ou poderia me surpreender com surpresas, comprovando que eu estava errada quando acordei pensando assim. Adivinha? Foi exatamente como eu esperava. Quer dizer, na maioria das vezes isso é bom porque em 98% das situações eu espero que tudo dê certo e seja tão bom quanto pode ser, mas não nesse caso, obviamente.

Acho que é a terceira vez que escrevo um texto na mesma data e pelo menos motivos. Já está virando rotina e inédito seria eu não fazê-lo. Quem sabe no próximo ano eu deixe de me importar não é?! Mas por enquanto, vamos afogar as angústias nas palavras porque nesse momento elas são as únicas que podem me ajudar.

Eu sempre disse que não me importo com os presentes. Não estou nem aí para tamanhos, preços ou cores das embalagens. Agradeço muito por todos, de coração. Mas o importante para mim é o abraço, são as palmas de um “Parabéns, para você...”, são os sussurros ao ouvido enquanto me abraçam desejando que eu seja mais feliz do que já sou. Para os que não podem estar perto, são os telefonemas e as palavras que mais importam. O que me faz pensar é como algumas pessoas podem esquecer a ponto de nem isso me oferecer.

Como diria o rapaz em “O Alquimista” (de Paulo Coelho), às vezes a vida nos dá sinais. E talvez esse dia tenha sido um sinal por completo. Pelo lado bom e pelo lado ruim, é claro. Cada olhar que me foi direcionado (especialmente os mais importantes), sem nenhuma promessa de lembrança da data, foi como a pedra dada ao rapaz pelo rei. Elas pareciam querer piscar com os “sins” e “nãos” a todo o momento. Talvez esse seja apenas o primeiro sinal que me apresenta os verdadeiro amigos, aqueles que as vezes são e as vezes não, e que eu talvez deva ser mais seletiva ao invés de ser boa demais com todos ao redor. Não. Não sou vingativa nem nada, e provavelmente eu vou esquecer disso em breve.

Tenho reparado que com cada ano, eu perco mais as esperanças com certas coisas. E olha que dizem que ela é a última que morre, hein?! O mais é incrível é que algumas pessoas são parte de mim a mais tempo do que eu mesma sei, e ainda assim não são capazes de apertar o botão verde do telefone para ouvir minha voz. Isso machuca. De verdade. O pior é ter que fingir que não se importou, que nada aconteceu e que vai desculpar. Claro que eu vou. Mais. Uma. Vez. E quantas mais hein?! Nunca senti ciúmes, e ainda não sinto. A questão é: Porque estou crescendo, essa data não importa mais? Porque não ganho mais brinquedos, essa data não serve de mais nada? Muito pelo contrário. Essa data é a única coisa que tenho para fazer as pessoas me abraçarem espontaneamente, me ligarem pra gritar e desejar tudo do melhor, ou apenas para dizer que lembraram de mim, caramba. Mas nem isso né?!

Eu sempre uso Pollyana como exemplo. O jogo do contente funciona, e me surpreendo de ser uma jogadora assídua. Mas o jogo parou de funcionar para ela por um dia, por um motivo, que diga-se de passagem tem um pouco de relação com o meu. E Pollyana chorou. Todas as lágrimas que o jogo do contente ajudou a reprimir. Foi uma criança, abraçada com a boneca, e olhando pela pequenina janela do seu quarto. Bom, meu quarto não tem janelas, e geralmente abraço o meu snoopy, mas ainda sou uma criança por dentro. E a parte de mim que está grande é a que me faz sofrer por isso. Mas infelizmente não posso negar. Não posso mentir para mim mesma e fingir que foi o melhor dia da minha vida. Alguns anjos que Deus me deu, me fizeram ver que ainda vale a pena se dedicar a alguém nesse mundo. E Meu Deus, por favor mantém esses anjos por perto, porque mesmo sem asas, eles precisam e conseguem me fazer flutuar para uma outra realidade.

B.S.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Você me completou de alguma forma

“É por isso que eu não conto às pessoas sobre nós. Elas não entenderiam e eu não sinto necessidade de explicar, simplesmente porque o meu coração sabe o quanto foi real. Quando penso em você, não posso evitar um sorriso, sabendo que você me completou de alguma forma.”

— Querido John.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Acabo de descobrir que existe algo ainda maior


    Em três anos eu nunca senti o que sinto agora. Em três anos nunca tive tanta certeza como agora. Em três anos eu imaginei, mas não tinha chegado a perceber tão claramente. Desde o começo Deus me deu vocês para olharem para mim todos os dias e me fazerem acreditar que sou capaz, para me dizerem as palavras que me encorajam todos os dias a seguir passando por cima de todos os obstáculos.
    Não é pelas palavras que eu sigo em frente. É por causa de vocês. Porque eu sei que se nesse caminho que devo seguir, se eu tropeçar ou alguém tentar me derrubar, cada um de vocês me segura pelo braço e me pergunta: “Pronta para continuar?”. E isso importa mais do que qualquer outra coisa.
   É por vocês que eu sou capaz de esconder minha vontade de chorar e olhar nos olhos dizendo: “Não chore. Lembre que no fim tudo dá certo.”. Eu quero chorar, às vezes é mais forte que eu, mas para encorajar vocês da forma que vocês fazem comigo, eu sou capaz de prender qualquer lágrima que ameace sair.
    É com vocês que eu tenho passado os melhores e os mais difíceis momentos da minha vida. É para vocês que tenho falado coisas que não falaria para ninguém, é com vocês que tenho coragem de dizer o que penso sem perder uma amizade. É em vocês que eu penso todos os momentos que alguém tenta impor algo achando que não sou capaz de superar.
    Eu sei que é com vocês que ainda vou discutir por besteira muitas vezes. Sei que é com vocês que vou chorar quando eu não conseguir segurar as lágrimas. Sei que é no abraço de vocês que vou encontrar o maior conforto nas necessidades, e o maior sinal de amor em todas as outras horas.
    Então vamos lá. Vocês concordam comigo, certo? Passamos por dois anos e meio e não morremos. Muito pelo contrário, nós três nos fortalecemos ainda mais. Se um não sabe, um dos outros dois há de saber, portanto temos de nos unir e prometer a nós mesmos que não haverá espaço para desespero em momento algum. Tenho plena certeza que nos ajudaremos muito mais do que imaginamos ser possível hoje, e que no futuro ainda vamos rir de tudo isso.
    Entendam uma coisa. Vocês são para mim pessoas que eu vejo com admiração. Pessoas que eu pretendo colocar dentro do peito e proteger de todos que tentam machucar todos os dias, porque sei que fariam o mesmo por mim sem piscar. Que o nosso lema seja hoje e em todos os outros dias o famoso hino do “I’ll be there for you”, e se algum dia houver dúvida, que ele seja repetido sem parar até essa dúvida cessar.
    Por fim, escrevi tudo isso para dizer que os próximos meses serão pesados, talvez os mais complicados da nossa jornada, mas eu não quero saber de lágrimas derramadas, de frases do tipo “Eu desisto”, ou nenhum outro sinal de pessimismo. Espero estar bem o suficiente para repetir isso para vocês todos os dias e espero que estejam bem da mesma forma para me lembrar disso quando minha mente me forçar a esquecer.
    Se tudo o que passamos até hoje, se todas as conversas e revelações que fizemos uns aos outros, se todas as dificuldades não foram capazes de nos separar, eu lhes digo uma coisa com toda a certeza: Se não é amor o que cresce nessa amizade, eu acabo de descobrir que existe algo ainda maior. Acima de tudo, eu AMO vocês, e é isso que me faz seguir em frente todos os dias. Muito obrigada por tudo que já passou e pelo que ainda está por vir. E como diria Jack a Rose (Titanic): “If you jump, I jump”. Ou melhor, se vocês ameaçam pular, eu puxo de volta.


Para C. e V. Always.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Quando está comigo


Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiver comigo, seja toda você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo.
Caio Fernando Abreu

domingo, 22 de julho de 2012

Escolha uma caixinha

    Existem coisas que, por mais absurdas que pareçam, significam muito para alguém. Quando você passa por um momento especial na sua vida e não tem como guardá-lo de forma material, ele fica na lembrança, certo? Mas para alguns, sempre tem como dar significado a algo que esteve presente, ou ao menos foi parte de alguns segundos daquele momento.

    Algumas oportunidades na vida surgem para nos mostrar que para ter um momento especial sempre com você, basta querer. Seja lá como for, pense e você saberá como fazer. Na hora certa, olhe ao redor. A folha caída de uma árvore por perto, um pacote de guardanapo, um pedaço de pano que soltou da sua roupa, a embalagem de um chocolate, o ingresso de uma sessão de cinema ou de um show, uma nota fiscal, ou qualquer outra coisa que você acreditar que será capaz de te lembrar daquele momento.

    Escolha uma caixinha e coloque tudo dentro. Deixe guardada num lugar em que as pessoas não tenham um acesso direto. Deixe que os dias passem, novos momentos aconteçam e mais coisas sejam colocadas lá. Em um dia qualquer, abra essa caixinha e traga tudo à tona. Agora diga em voz alta o que cada um desses pequenos objetos te lembra.

    É uma sensação incrível, não é? O coração bate a mil por hora e você nem sequer consegue controlar. É gostoso ver como pequenas coisas que parecem inúteis aos olhos dos outros, são tão importantes para nós apenas porque estiverem presentes em um momento que gostaríamos que se repetissem para todo o sempre.

    Um exercício para o coração. Para aprender o verdadeiro significado de um encontro, de um abraço, de um simples presente, de um almoço ou jantar, do surgimento de uma nova amizade, do fim de um ciclo ou começo de outro. Não importa porque, quando nem onde aconteceu. Nem tão pouco os outros precisam saber. Mas basta que você abra sua caixinha de vez em quando e perceba o quanto aquelas pessoas foram e serão importantes para você em todos os dias de sua vida. 




B.S.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Abraçando TODOS vocês


20 de Julho de 1969. A chegada do homem a lua marcava a criação de uma data linda. Talvez uma das mais especiais do calendário comemorativo. O dia do amigo. Tão especial quanto o dia das mães e o dia dos pais, eu diria, afinal, estes são também amigos. Nesta data muitos abraços são dados, muitas palavras são explanadas na tentativa de mostrar ao outro o quanto ele é importante.

Não que os outros dias não sejam propícios a isso, mas hoje é o dia para comemorar. Assim como o dia das mães e dos pais. Você não diz que os ama somente nesses dias, certo? Você não os abraça somente nesse dia, certo? Temos o mesmo nesse caso. Com os amigos e colegas que nos circundam todos os dias e que nem sempre lembramos ou damos conta do quão bom um desses abraços pode ser quando vem de uma hora para outra.

Existe uma dúvida na minha cabeça, e gostaria de saber se alguém no mundo é capaz de respondê-la. Afinal de contas, o que é um amigo? Difícil. Até hoje ninguém encontrou palavras para me responder, ninguém conseguiu sequer nem tentar explicar. Difícil. Mas ao mesmo tempo, se você chega com alguém perto de mim e eu lhe pergunto: “Quem é?” você me responde: “É meu amigo!”, cheio de orgulho e sorrisos no rosto.
 
Quando uma criança começa a frequentar o colégio, ninguém as explica o que são amigos, nem lhe diz quais devem ou não ser seus amigos. Eles apenas brincam com os coleguinhas ao lado e vão, pouco a pouco, descobrindo o que é a tão famosa amizade que os adultos tanto falam. Eles também não perguntam o que é um amigo quando você diz que tem um. Eles apenas aceitam e absorvem aquilo para si. Incrível não?

O mundo das amizades é complicadíssimo. São motivos bestas que levam às brigas, motivos estranhos que fazem as amizades surgirem, e motivos extremamente idiotas que as mantém e as tornam cada vez mais fortes. Neste mesmo mundo, jamais sabemos quando alguém que acabou de nos ser apresentado pode ser tornar um grande amigo, como aqueles de infância. Maravilhoso é olhar para trás e ver como você conheceu cada um dos seus amigos. Dá um calafrio, uma sensação esplêndida que só quem tem amigos de verdade é capaz de entender.

Existem tantos tipos de amigos... Eu posso citar alguns por experiência própria. Existem aqueles que crescem com você, passam pelos momentos mais vergonhosos, veem e apoiam as suas mudanças, contam a todos os seus podres de infância e você continua amando cada segundo ao lado deles. Há também os que surgem na sua vida depois que você já é grande, tem alguma noção de como se comportar, e pode sair sozinha para os lugares. Ah... Esses são os mais anormais. Eles já te conhecem na sua pior forma: a de adolescente. E para que amigos que mais te aceitam do que os que te conhecem assim, certo? Podemos contar também com os amigos que não são tão próximos mais que ainda assim te fazem falta se chegam e não te dizem um simples “Oi”.

Tem aquele tipo diferente. Especial. O tipo que só alguns premiados conhecem. Os amigos ‘virtuais’. Sim, entre aspas porque a palavras ‘virtuais’ é só uma referência, levando em conta que esses amigos, quando são verdadeiros, não são somente virtuais. Eles rompem as barreiras da internet e invadem sua vida como qualquer amigo que te veja todo dia. Esses são os que você mais quer proteger e não pode, os que você tem mais vontade de abraçar, de olhar nos olhos e dizer um: “eu te amo!” com toda a vontade, e também não pode. E porque não contar com os amigos irmãos, certo? No meio de todos esses tipos, alguns se destacam mais que outros e passam a ser vistos por você como irmãos. São os que brigam com você quando tem que brigar, que te dizem o que pensam sem medo, que te aconselham da melhor forma possível, que te colocam debaixo de um escudo impenetrável sem antes passar por eles.

Eu digo que o meu coração tem um tamanho avantajado. Porque ele guarda todos esses tipos de amigos e sempre tem espaço para mais um. Amigos nunca são demais, e estou sempre aberta a um novo sorriso ou abraço que possa me confortar e fazer parte da minha vida para todo o sempre. Para todos esses tipos de amigos que me rodeiam, quero desejar de verdade um FELIZ DIA DO AMIGO. Alguns eu tive o prazer de abraçar, outros infelizmente não. E é por isso que escolhi a imagem abaixo. Se não abracei todos fisicamente, posso abraçar o meu coração. Pois assim tenho certeza que estarei abraçando TODOS vocês.



B.S.


quarta-feira, 18 de julho de 2012

Um dia


Não choro mais. Na verdade… nem sequer entendo por que digo ‘mais’, se não estou certo se alguma vez chorei. Acho que sim, um dia. Quando havia dor. Agora só resta uma coisa seca. Dentro, fora.
Caio F.

terça-feira, 17 de julho de 2012

E isso não é para cortar o coração de qualquer pessoa que ama demais?


Já perdi quem achei que nunca fosse perder. E foi da pior forma. Já disse eu te amo tentando provar que o tempo era incapaz de mudar meus sentimentos verdadeiros, e fui ignorada provando que tudo que me disseram um dia foi mentira. Já chorei por isso, e hoje tudo que posso fazer é rir e seguir em frente.

Hoje tenho medo. Muito medo, e talvez um dos maiores da minha vida. Medo de que isso se repita com tudo e todos que tenho agora. Medo que um dia a vontade de abraçar acabe, que o sorriso espontâneo passe a ser forçado, que o cumprimento passe a ser só um “oi” como a qualquer outro.

A verdade é que tenho medo de que essas pessoas sigam seu caminho e esqueçam do amor que me fizeram sentir. Tenho medo de que olhem as fotos e finjam que nada aconteceu, que joguem fora as cartas e os presentes como jogam um saco plástico qualquer.

Me sinto perdida de pensar que tantos momentos foram apagados das mentes que me esqueceram, e mais desnorteada ainda ao lembrar que, um dia, tudo acaba de uma forma ou de outra. E isso não é para cortar o coração de qualquer pessoa que ama demais?

O que resta é olhar para a vida dos que me abandonaram e torcer para que continuem sorrindo, que não esqueçam meu nome ou ao menos quem fui um dia, que realizem seus desejos existentes desde que os conheço, que tenham sucesso mesmo sem mim, e me fazendo sofrer tanto.

Não acho que tenha feito nada a esses que decidiram desaparecer e me ignorar. Nem acho que tenho feito nada aos que estão ao meu lado agora. Mas quero que ambos os lados saibam que, se algum dia eu fizer algo que lhes deixem tristes ou chateados, essa não foi a minha intenção. Quero que sejam sinceros e me digam sem enfeites o que houve. Me sentirei melhor de explicar e saber que, sem saber, fiz algo que foi capaz de magoar alguém que compõe uma parte do meu coração. Por favor, se fiz uma lágrima escorrer, apenas me diga para que eu possa secar e impedir que outras possam cair.

B.S.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

domingo, 15 de julho de 2012

É ser paciente quando se está perto de perder cabeça!


5 sorrisos

"Ele: Sabe o que eu sei sobre você?
Ela: Não, o que?
Ele: Que você tem 5 sorrisos.
Ela: É? Quais são?
Ele: Então... O primeiro é quando você está tímida, é aquele sorriso lindo no cantinho da boca, e logo depois você abaixa a cabeça com vergonha. O segundo é aquele sorriso irônico, quando você sabe da verdade mais está testando alguém. O terceiro é aquele forçado, é quando você esta triste, mas sorri para que ninguém perceba. O quarto é aquele quando você esta feliz, é aquela gargalhada. O quinto, ah o quinto, é quando você esta apaixonada, é aquele em que você sorri quem nem boba, sem motivo, é difícil tirar esse sorriso de você.

Ela sorri...

Ele: Pronto, esse é quinto, o meu preferido."

I owe it all to YOU!


Tudo começou a seis meses. O desejo de reunir todos os amigos, colegas, familiares e pessoas próximas numa noite tão importante para mim. Reservar o espaço, comprar os vestidos, pensar no que dançar, como e com quem dançar. Escolher o convite, escolher os convidados, as lembranças, as musicas da festa, os doces, o penteado, e todos os outros detalhes, me fizeram sentir a maior ansiedade da face da terra.

Durante todos esses meses, mantive as surpresas, ensaiei as coreografias com as mãos tremendo, repeti milhares de vezes a pergunta: “Você vai, não é?!”, chorei de nervoso, não parei de falar sobre a festa em casa, andei muito em todos o shoppings e ainda assim, não consegui parar de pensar em como seria maravilhoso reunir todos vocês.

O tempo foi passando e o dia chegando mais perto. Desejos tiveram de ser deixados pra trás e novos foram surgindo. A empolgação aumentou, os ensaios evoluíram, e comecei  ver que as coisas estava dando certo. Bom, nunca tinha preparado uma festa dessa, mas deu pra sentir o frio na barriga do aniversário e da responsabilidade dos 18 anos que estavam (e ainda estão) por vir.

Meus bens, todos que foram à festa, todos que foram convidados e por algum motivo não pudera ir, eu só queria que cada um de vocês soubessem a importância que isso teve para mim, e que cada um dos momentos desta festa estará guardado dentro de mim por toda a minha vida, sempre que eu rever os vídeos e as fotos.

Vi cada convidado descer as escadas, espantados comigo e com o espaço, recebi os presentes comprados com tanto carinho, ganhei os abraços e os desejos de felicidades, tirei todas aquelas fotos, dancei sem me importar com mais nada, comi e bebi pouco, dancei na boquinha da garrafa, créu na velocidade 5 na parede (e que isso  não seja comentado no futuro, para o bem da minha integridade), dancei lambada mesmo não sabendo, me comportei como uma adolescente de verdade, que gosta de festa, que esquece do mundo, que aproveitar os amigos e que se diverte sem medida.

Fiquei até às 6 da manhã tirando a maquiagem, lavando o cabelo para tentar ao menos reduzir a quantidade de “laquê”, comendo os doces e salgados que me restaram, repetindo com minha mãe sem parar o quanto foi tudo maravilhoso, o quanto me deixou feliz a presença de cada convidado. Acordada até o Sol nascer para tentar adivinhar e abrir todos os presentes, me impressionando e guardando cada um com o maior cuidado.

É... Eu acho que depois de toda emoção da noite de ontem eu só posso dizer:


“Now I've had the time of my life
No, I've never felt like this before
Yes I swear it's the truth
And I owe it all to YOU.”


De coração, MUITO OBRIGADA a todos vocês.


sexta-feira, 13 de julho de 2012

Não procure


Milhões de quilômetros rodados e uma única pergunta


Em algum momento da vida, perguntaram a uma pequena garotinha o que ela achava ser importante na vida dela. Ela, com toda a inocência da idade, respondeu: “Cuidar dos meus brinquedos para eles não quebrarem e eu ficar sem nenhum”. E todos riram.

Os brinquedos quebraram e foram sendo substituídos. Mais alguns anos se passaram e eles foram substituídos por celulares, livros, computadores e novas tecnologias. Neste momento lhe perguntaram outra vez o que ela achava ser importante na vida: “Curtir com meus amigos e aproveitar os que devem ser os melhores anos da minha vida”. Seus pais sorriram e julgaram que ela ainda não era capaz de enxergar ou distinguir o que era mais ou menos importante.

Ela cresceu. Brigou com os pais, esqueceu o quarto rosa, as lembranças da infância. Os que eram amigos lhe obrigaram a provar se eram realmente verdadeiros, e a levaram para caminhos os quais ela jamais seguiria se fosse capaz de responder à pergunta que lhe tinham feito no auge de sua adolescência.

Mais alguns anos se passaram, sua vida mudou e se viu no mesmo estado que estava em sua infância, sem certeza de nada, se arriscando para descobrir o mundo. Parou para pensar. Tinha caminhado por tanto tempo, acreditando estar seguindo um caminho para algo maravilhoso. Caminhado por anos a fio, achando estar seguindo todas as etapas extremamente certas se baseando nas palavras alheias. Caminhou tanto que acabou me acostumando e esquecendo para onde ia. Seguiu sabendo que era por algo importante, e acabou chegando ao lugar errado mesmo assim. Enquanto alguns lhe diziam que deveria olhar para si e desta vez se perguntar o que era realmente importante, ela tinha pensado: “Pouco importa. Se estou caminhando, algum dia irei descobrir”.

Passou por todo tipo de gente. Sem juízo, sem respeito, sem responsabilidade, sem paciência, com pressa e com calma, feliz e deprimido, frustrado e conformado, determinados ou acostumados. Perdeu-se na vida. Engravidou e perdeu bebês, bebeu e fumou tudo o que pode ser considerado fora da lei. Seus pais até tentaram, mas ela não lhes deu nenhuma chance.

Chegou ao fundo do poço. Foi quase presa, abandonada pelos que deveriam ser seus amigos, os quais foram considerados, um dia, a coisa mais importante de sua vida. Enquanto esteve sozinha, acreditando que aquele seria o seu fim, tentou contatar seus pais. A única coisa que pôde ouvir do outro lado da linha foi: “O número chamado não existe”.

“Ótimo” – Pensou – “O número não é mais o mesmo. Que merda foi que eu fiz com a minha vida?”. E as lágrimas tomaram o seu rosto. Alguns anos depois ela saia daquele quarto branco e com apenas fiapos de luz penetrando, e estava de volta ao mundo. Com outros olhos e, principalmente, com outra forma de pensar.

Tentou recordar todos os rostos dos familiares que estavam na sala no primeiro dia em que lhe perguntaram o que era mais importante na sua vida. Seus pais, é claro, alguns primos, tios, e amigos dos pais. Bom, dos amigos não lembraria o nome. Pensou nos primos e tios e tentou encontrá-los. Fez desse o seu maior objetivo.

Infelizmente foi no momento do reencontro que descobriu qual deveria ter sido a resposta à pergunta desde a primeira vez. Seus pais já não estavam mais lá, e por isso não havia mais o que fazer. “E eu que pensava que já tinha passado do fundo do poço...” – Concluiu. Hoje são quilômetros rodados contando todos os caminhos que seguiu, e ela ainda se pergunta como não foi capaz de saber, por tanto tempo, quais eram as verdadeiras coisas importantes em sua vida. Talvez tenha servido como lição, quem sabe. Não poderia voltar atrás e se certificar disto, mas tinha entendido o sentido de tantas repetições daquela pergunta por tantos anos.

B.S.


"Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida." - Platão


terça-feira, 10 de julho de 2012

A razão pela qual fomos criados

De vez em quando me pego pensando no fato de que algumas pessoas vêm ao mundo já sabendo o que farão para a vida toda. Elas nascem com um dom e nada nem ninguém pode tirar isso delas. Em todas essas reflexões me faço a pergunta: “Mas afinal, para que foi que EU vim ao mundo?”. É verdade que não tenho nenhum dom que eu saiba. Eu apenas gosto de fazer muitas coisas as quais não acho que sejam tão perfeitas a ponto de ser um dom. Como escrever.

Alguns nascem para cantar, e quando abrem a boca pela primeira vez é como se aquilo saísse do seu controle e se tornasse simplesmente magnífico. Já outros nasceram para serem grandes artistas de sucesso, sem que ninguém precise lhes ensinar como. Existem ainda aqueles que nasceram para simplesmente ser a voz no coração dos que precisam, e que estará lá para sempre.

Mas será que nós que não temos ideia do motivo pelo qual nascemos não fazemos parte dos que deixarão sua marca no mundo? Será que passaremos esquecidos, como apenas mais um número nas estatísticas populacionais? Vamos lá, você não pode me dizer que realmente acredita nisto, não é?!

A questão é que todos nós, por mais clichê que seja, nascemos para fazer alguma coisa no mundo. Os que sabem desde sempre, ótimo, não deixem sua chance passar e aproveitem todo o seu potencial, os que não sabem, esperem e algum dia seu coração vai lhes informar que vocês acabam de descobrir. Todos nós iremos encontrar o nosso lugar no mundo, a razão pela qual fomos criados e trazidos a este completo caos, e por incrível que pareça nos sentiremos orgulhosos por isso. Um dia, eu garanto, nós saberemos.

B.S.

"Dar menos que seu melhor é sacrificar o dom que você recebeu."
(Steve Prefontaine)

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Nobody does

“Look, maybe it’s the wrong time, or maybe he’s even the wrong guy. But if he is, how long are you gonna wait to find out? Ten years. I’ve been keeping them company while they spend a night or two here on their way to where we’re all going. They all had plans, Kate. Things they were gonna do when they got around to it. Go on a cruise, lose 10 pounds, fall in love… They thought they had all the time in the world. But nobody does.”


(Lanie Parish - Castle)

“That’s what partners do”


Infiltrada na minha maratona de milhões de séries, tenho pensando já faz um tempo em como as coisas funcionam por lá. Agradeço por elas não serem perfeitas e não me mostrem personagens perfeitos, e agradeço por cada uma dela tentar provar ao mundo o valor de uma verdadeira amizade e até onde o verdadeiro amigo pode ir.

Afirmo isso sobre todas elas com convicção. Das séries de comédia, passando pelas séries que tratam da medicina até as séries policiais (minhas preferidas), todas falam, cada qual de sua maneira, excessivamente sobre isso. Não trato de FRIENDS em particular, quando cito uma série de comédia, porque essa vai além de qualquer explicação, e só quem assistiu entende.

Não são as amizades ideais, como as pessoas vivem sonhando. Não. São todas com seus problemas, suas individualidades, seus conflitos e ainda assim são amizades. New Girl, por exemplo, me deixa com lágrimas nos olhos quando nos mostra até onde cada amigo iria pelo outro. O que faz pensar: “Será que eu jogaria as chaves do meu carro no precipício só para ficar perdida junto com meu amigo no meio do deserto?”. Estranho, eu sei. E não é só por falarmos da Jess, mas são as coisas estranhas que são capazes de provar quão verdadeiras algumas atitudes podem ser.

Há anos acompanho Bones e The Mentalist, em especial. Séries policiais, e que me conquistaram especialmente pela parceria de Brennan e Booth, e Lisbon e Jane. Enredos totalmente diferentes e amizades sustentadas de formas completamente diferentes, mas ainda assim me impressionam. As duas, assim como In Plain Sight (que entrou para a lista há pouquíssimo tempo) foi que me fizeram chegar nessa reflexão complexa e ao mesmo tempo magnífica. Parceiros que arriscam a vida todos os dias juntos tendem a ser superprotetores. Mas é exatamente como diria Marshall Mann:

“É o nosso instinto animal. Queremos avançar em tudo aquilo que ameaça o que amamos. Somos influenciados a ser assim.”

Booth já ficou preso num navio prestes a explodir, Brennan quase morreu asfixiada debaixo da terra. Lisbon quase foi morta por um atirador de elite e Jane foi capaz de matá-lo mesmo sem nunca ter pego numa arma, e sendo o atirador um dos que poderia ajudar a encontrar o assassino de sua esposa e filha. Marshall já levou um tiro no meio do nada, enquanto ele, Mary e uma testemunha qualquer, estavam correndo grandes riscos de vida e nenhum sinal de civilização por perto. Mary levou um tiro no abdômen enquanto tentava salvar a vida de uma outra testemunha.

Cansa só de repetir. Mas nesses momentos, pouco importava o mundo ao redor ou o que as pessoas pensariam. Se a conversa não desse jeito, a violência daria. O que não sairia impune era tentar acabar com a vida de um amigo tão importante, e achar que tinha sido mais um na lista de assassinatos. “That’s what partners do”.

Eu poderia ter incluído Castle na lista acima. Poderia citar quantas vezes os dois já estiveram em perigo. Mas aí é que vem a exceção. São cerca de 9 vezes (para cada um) que isso se repete. Se enfiar na frente de uma bala, invadir um apartamento em chamas, dentre tantas outras, os tornam diferentes. Mais do que falar que a Beckett não está sozinha, ele prova, todas as manhãs, todos o dias em que o caso da sua mãe lhe sobe a cabeça e ele é o único suporte que ela tem por perto. Me diga, quantos amigos hoje se apresentam assim?

Agora de uma forma diferente, e talvez mais humana que todas as outras. Private Practice faz parte das preferências a pouco tempo, também, mas dá lições tão boas, ou até melhores, que as outras. Uma série de medicina tem uma tendência maior a tratar da realidade como ela é, sem máscaras e sem mentiras sobre todas as chances que uma pessoas tem de morrer, e ainda assim vive. O que você faria se um dos seus melhores amigos estivesse numa mesa de cirurgia e você soubesse que é o melhor capaz de salvar sua vida? Você faria, ou largaria mão disso por achar que não é capaz? A Addison foi capaz de fazer por todos o que não faz por si. Foi capaz de largar sua vida e se preocupar muito mais com os amigos, nem sempre sendo reconhecida, e nem sempre acertando em todas as suas tentativas.

E é isso que me faz parar e pensar se tudo isso realmente acontece em algum lugar do mundo. Se existem amigos assim tão maravilhosos ao ponto de arriscar sua vida para vingar ou salvar a vida do outro que, algum dia, já fez ou fará o mesmo por você. Então, para vocês, o que mais existe no mundo? Booths e Brennans, Marys e Marshalls, Lisbons e Janes? Jess’ e Nicks ? Castles e Becketts? Ou Addisons? 


B.S.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

domingo, 1 de julho de 2012

I don't wanna live that

"O momento mais difícil na vida de alguém é quando a névoa da infância se dissipa e nós vemos, pela primeira vez, os nossos pais como pessoas."

(Mary Shannon - In Plain Sight)

A ideia que restava do tom acinzentado das nuvens

Era noite e o céu estava nublado, quando ela percebeu pela primeira vez. Tinha passado todo o dia fora, torcendo para que não caíssem pingos sobre sua cabeça, afinal, ela estava desprotegida, já que saíra de casa cedo e debaixo de um céu aberto e sem nuvens, inclusive.

                - O tempo é louco – pensou, enquanto abria o portão de casa, observando o céu fechar e alcançar a tonalidade cinza escuro.

Estava em casa. Agora sentia-se mais segura do que nunca. Era exatamente assim que o mundo soava quando estava debaixo das asas de sua mãe. Um sorriso e nada seria capaz de detê-la. Então, trocou de roupa, tomou uma xícara de café, e se pôs de frente ao computador, como de costume.


Sentiu um vento frio passar pelas costas, e olhou para a janela de casa. Era impossível perceber, de lá, as primeiras gotas de chuva caindo, mas agora, o barulho já era familiar. A chuva forte, prometida pelo tom acinzentado das nuvens, estava caindo sem previsão de acabar. Ela continuava digitando no teclado a sua frente, enquanto sua mente fazia o mesmo percurso de todas as anteriores noites chuvosas.

                - Você não vai olhar. Você não vai olhar. Você não vai olhar.

No instante seguinte, estava sentada na beirada do sofá, com a mão prestes a girar a maçaneta da porta principal. Por um lado ela queria ver o estado que estava a rua, e a forma como a chuva caia parecendo querer quebrar qualquer superfície sólida com a qual esbarrasse. E ela abriu. A maçaneta girou e ela pode ver aquela imensidão formada pela água que despejava do céu sem nenhum controle, juntamente com o reflexo dos holofotes que tentavam iluminar e facilitar a visão dos motoristas que passavam na avenida.

Naquele momento, como ela já imaginava, teve uma sensação estranha. Talvez não mais tão estranha como nas primeiras vezes. O medo. Um medo incontrolável de todo e qualquer estrago que aquela chuva poderia causar. Medo de que se tornasse mais forte, quanto mais o tempo corresse.
Fechou a porta, fitou o chão e repetiu para si mesma:

                - Para que ter medo, não?! Nas outras vezes foi a mesma coisa. Você lutou para não abrir, e abriu. O medo bateu, você fugiu, se enfiou no seu quarto, e rezou para que se isolasse do barulho e se concentrasse em outra coisa. Pensamentos sobre coisas boas, como diria sua mãe. – E sorriu ao lembrar-se da receita de sua mãe para qualquer situação assustadora. – Porque agora será diferente?

Ela entrou, sentou de volta ao computador, e se concentrou nas janelinhas que piscavam quando alguém tentava lhe chamar atenção. A chuva passou. Ela sorriu novamente ao olhar para a janela e ver que não escorriam mais gotas sobre o vidro. Pensou nas madrugadas que tremeu de medo, enquanto sua mãe dormia no quarto ao lado. Ela não queria acordá-la, apesar de saber que, se o fizesse, não seria incomodo algum. Lembrou a sensação de acordar do silêncio do seu quarto e abrir a porta dando de cara com o barulho no vidrinho do banheiro. Entendeu que aquilo não passaria durante as madrugadas, ao menos não tão cedo.


Ela diria a si mesma para não chegar à porta nunca mais. Mas, agora, sabia da importância que aquilo tinha para ela. Acima de tudo, ela deveria exercitar o que aquela pessoa lhe dizia sempre que ela desejava ser envolvida por suas asas novamente: “Pense em coisas boas, e os pensamentos assustadores vão passar.”. 

Logo concluiu. O fato é que seus medos não vão passar de uma hora para outra. E não vão deixar de surgir, afinal, sempre se tem medo do que é desconhecido. Talvez por isso houvesse sempre um impulso que a levasse a abrir a porta durante as tempestades, e enfrentar toda a imagem de caos que aquilo lhe passava. Para conhecer o que mais lhe afligia enquanto ela não podia observar. E, na sua cabeça, era  essa a ideia que restava do tom acinzentado das nuvens. 
                 
               - Ao que parece, não só o tempo é louco. O mundo é louco, juntamente com todos os fenômenos que se escondem aos nossos olhos. O estranho é louco, o diferente é louco, o sentir, seja lá  como for, é louco. Nós somos loucos. Afinal, quem pode atestar sua completa sanidade, não é?!

B.S.

Os que você quer na trincheira


"Em nossas vidas, cada um de nós desenha círculos. Dentro estão as suas pessoas. As pessoas pelas quais você briga, você projete, não importa o que. Conforme você envelhece, seu círculo fica menor e menor, pessoas crescem ou não, elas caem no esquecimento ou apenas se afastam, um dia de cada vez. Mas aqueles que ficam, nos bons e maus momentos, e tudo mais, são os que você quer na trincheira, quando as paredes ruírem."

(Mary Shannon - In Plain Sight)

E quantas mais hein?!

Queria poder derramar lágrimas por este mesmo motivo todos os dias. Sei que, infelizmente, na maioria das vezes elas serão derramadas por motivos realmente tristes onde não há outra solução, senão chorar e colocar as angústias para fora.  Mas hoje não foram elas que jorraram pelo meu rosto.

Esse foi o aniversário que mais me fez pensar. Me fez para pra refletir e analisar se o dia seria como eu esperava que fosse (decepcionante) ou poderia me surpreender com surpresas, comprovando que eu estava errada quando acordei pensando assim. Adivinha? Foi exatamente como eu esperava. Quer dizer, na maioria das vezes isso é bom porque em 98% das situações eu espero que tudo dê certo e seja tão bom quanto pode ser, mas não nesse caso, obviamente.

Acho que é a terceira vez que escrevo um texto na mesma data e pelo menos motivos. Já está virando rotina e inédito seria eu não fazê-lo. Quem sabe no próximo ano eu deixe de me importar não é?! Mas por enquanto, vamos afogar as angústias nas palavras porque nesse momento elas são as únicas que podem me ajudar.

Eu sempre disse que não me importo com os presentes. Não estou nem aí para tamanhos, preços ou cores das embalagens. Agradeço muito por todos, de coração. Mas o importante para mim é o abraço, são as palmas de um “Parabéns, para você...”, são os sussurros ao ouvido enquanto me abraçam desejando que eu seja mais feliz do que já sou. Para os que não podem estar perto, são os telefonemas e as palavras que mais importam. O que me faz pensar é como algumas pessoas podem esquecer a ponto de nem isso me oferecer.

Como diria o rapaz em “O Alquimista” (de Paulo Coelho), às vezes a vida nos dá sinais. E talvez esse dia tenha sido um sinal por completo. Pelo lado bom e pelo lado ruim, é claro. Cada olhar que me foi direcionado (especialmente os mais importantes), sem nenhuma promessa de lembrança da data, foi como a pedra dada ao rapaz pelo rei. Elas pareciam querer piscar com os “sins” e “nãos” a todo o momento. Talvez esse seja apenas o primeiro sinal que me apresenta os verdadeiro amigos, aqueles que as vezes são e as vezes não, e que eu talvez deva ser mais seletiva ao invés de ser boa demais com todos ao redor. Não. Não sou vingativa nem nada, e provavelmente eu vou esquecer disso em breve.

Tenho reparado que com cada ano, eu perco mais as esperanças com certas coisas. E olha que dizem que ela é a última que morre, hein?! O mais é incrível é que algumas pessoas são parte de mim a mais tempo do que eu mesma sei, e ainda assim não são capazes de apertar o botão verde do telefone para ouvir minha voz. Isso machuca. De verdade. O pior é ter que fingir que não se importou, que nada aconteceu e que vai desculpar. Claro que eu vou. Mais. Uma. Vez. E quantas mais hein?! Nunca senti ciúmes, e ainda não sinto. A questão é: Porque estou crescendo, essa data não importa mais? Porque não ganho mais brinquedos, essa data não serve de mais nada? Muito pelo contrário. Essa data é a única coisa que tenho para fazer as pessoas me abraçarem espontaneamente, me ligarem pra gritar e desejar tudo do melhor, ou apenas para dizer que lembraram de mim, caramba. Mas nem isso né?!

Eu sempre uso Pollyana como exemplo. O jogo do contente funciona, e me surpreendo de ser uma jogadora assídua. Mas o jogo parou de funcionar para ela por um dia, por um motivo, que diga-se de passagem tem um pouco de relação com o meu. E Pollyana chorou. Todas as lágrimas que o jogo do contente ajudou a reprimir. Foi uma criança, abraçada com a boneca, e olhando pela pequenina janela do seu quarto. Bom, meu quarto não tem janelas, e geralmente abraço o meu snoopy, mas ainda sou uma criança por dentro. E a parte de mim que está grande é a que me faz sofrer por isso. Mas infelizmente não posso negar. Não posso mentir para mim mesma e fingir que foi o melhor dia da minha vida. Alguns anjos que Deus me deu, me fizeram ver que ainda vale a pena se dedicar a alguém nesse mundo. E Meu Deus, por favor mantém esses anjos por perto, porque mesmo sem asas, eles precisam e conseguem me fazer flutuar para uma outra realidade.

B.S.

Você me completou de alguma forma

“É por isso que eu não conto às pessoas sobre nós. Elas não entenderiam e eu não sinto necessidade de explicar, simplesmente porque o meu coração sabe o quanto foi real. Quando penso em você, não posso evitar um sorriso, sabendo que você me completou de alguma forma.”

— Querido John.

Acabo de descobrir que existe algo ainda maior


    Em três anos eu nunca senti o que sinto agora. Em três anos nunca tive tanta certeza como agora. Em três anos eu imaginei, mas não tinha chegado a perceber tão claramente. Desde o começo Deus me deu vocês para olharem para mim todos os dias e me fazerem acreditar que sou capaz, para me dizerem as palavras que me encorajam todos os dias a seguir passando por cima de todos os obstáculos.
    Não é pelas palavras que eu sigo em frente. É por causa de vocês. Porque eu sei que se nesse caminho que devo seguir, se eu tropeçar ou alguém tentar me derrubar, cada um de vocês me segura pelo braço e me pergunta: “Pronta para continuar?”. E isso importa mais do que qualquer outra coisa.
   É por vocês que eu sou capaz de esconder minha vontade de chorar e olhar nos olhos dizendo: “Não chore. Lembre que no fim tudo dá certo.”. Eu quero chorar, às vezes é mais forte que eu, mas para encorajar vocês da forma que vocês fazem comigo, eu sou capaz de prender qualquer lágrima que ameace sair.
    É com vocês que eu tenho passado os melhores e os mais difíceis momentos da minha vida. É para vocês que tenho falado coisas que não falaria para ninguém, é com vocês que tenho coragem de dizer o que penso sem perder uma amizade. É em vocês que eu penso todos os momentos que alguém tenta impor algo achando que não sou capaz de superar.
    Eu sei que é com vocês que ainda vou discutir por besteira muitas vezes. Sei que é com vocês que vou chorar quando eu não conseguir segurar as lágrimas. Sei que é no abraço de vocês que vou encontrar o maior conforto nas necessidades, e o maior sinal de amor em todas as outras horas.
    Então vamos lá. Vocês concordam comigo, certo? Passamos por dois anos e meio e não morremos. Muito pelo contrário, nós três nos fortalecemos ainda mais. Se um não sabe, um dos outros dois há de saber, portanto temos de nos unir e prometer a nós mesmos que não haverá espaço para desespero em momento algum. Tenho plena certeza que nos ajudaremos muito mais do que imaginamos ser possível hoje, e que no futuro ainda vamos rir de tudo isso.
    Entendam uma coisa. Vocês são para mim pessoas que eu vejo com admiração. Pessoas que eu pretendo colocar dentro do peito e proteger de todos que tentam machucar todos os dias, porque sei que fariam o mesmo por mim sem piscar. Que o nosso lema seja hoje e em todos os outros dias o famoso hino do “I’ll be there for you”, e se algum dia houver dúvida, que ele seja repetido sem parar até essa dúvida cessar.
    Por fim, escrevi tudo isso para dizer que os próximos meses serão pesados, talvez os mais complicados da nossa jornada, mas eu não quero saber de lágrimas derramadas, de frases do tipo “Eu desisto”, ou nenhum outro sinal de pessimismo. Espero estar bem o suficiente para repetir isso para vocês todos os dias e espero que estejam bem da mesma forma para me lembrar disso quando minha mente me forçar a esquecer.
    Se tudo o que passamos até hoje, se todas as conversas e revelações que fizemos uns aos outros, se todas as dificuldades não foram capazes de nos separar, eu lhes digo uma coisa com toda a certeza: Se não é amor o que cresce nessa amizade, eu acabo de descobrir que existe algo ainda maior. Acima de tudo, eu AMO vocês, e é isso que me faz seguir em frente todos os dias. Muito obrigada por tudo que já passou e pelo que ainda está por vir. E como diria Jack a Rose (Titanic): “If you jump, I jump”. Ou melhor, se vocês ameaçam pular, eu puxo de volta.


Para C. e V. Always.

Quando está comigo


Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiver comigo, seja toda você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo.
Caio Fernando Abreu

Escolha uma caixinha

    Existem coisas que, por mais absurdas que pareçam, significam muito para alguém. Quando você passa por um momento especial na sua vida e não tem como guardá-lo de forma material, ele fica na lembrança, certo? Mas para alguns, sempre tem como dar significado a algo que esteve presente, ou ao menos foi parte de alguns segundos daquele momento.

    Algumas oportunidades na vida surgem para nos mostrar que para ter um momento especial sempre com você, basta querer. Seja lá como for, pense e você saberá como fazer. Na hora certa, olhe ao redor. A folha caída de uma árvore por perto, um pacote de guardanapo, um pedaço de pano que soltou da sua roupa, a embalagem de um chocolate, o ingresso de uma sessão de cinema ou de um show, uma nota fiscal, ou qualquer outra coisa que você acreditar que será capaz de te lembrar daquele momento.

    Escolha uma caixinha e coloque tudo dentro. Deixe guardada num lugar em que as pessoas não tenham um acesso direto. Deixe que os dias passem, novos momentos aconteçam e mais coisas sejam colocadas lá. Em um dia qualquer, abra essa caixinha e traga tudo à tona. Agora diga em voz alta o que cada um desses pequenos objetos te lembra.

    É uma sensação incrível, não é? O coração bate a mil por hora e você nem sequer consegue controlar. É gostoso ver como pequenas coisas que parecem inúteis aos olhos dos outros, são tão importantes para nós apenas porque estiverem presentes em um momento que gostaríamos que se repetissem para todo o sempre.

    Um exercício para o coração. Para aprender o verdadeiro significado de um encontro, de um abraço, de um simples presente, de um almoço ou jantar, do surgimento de uma nova amizade, do fim de um ciclo ou começo de outro. Não importa porque, quando nem onde aconteceu. Nem tão pouco os outros precisam saber. Mas basta que você abra sua caixinha de vez em quando e perceba o quanto aquelas pessoas foram e serão importantes para você em todos os dias de sua vida. 




B.S.

Abraçando TODOS vocês


20 de Julho de 1969. A chegada do homem a lua marcava a criação de uma data linda. Talvez uma das mais especiais do calendário comemorativo. O dia do amigo. Tão especial quanto o dia das mães e o dia dos pais, eu diria, afinal, estes são também amigos. Nesta data muitos abraços são dados, muitas palavras são explanadas na tentativa de mostrar ao outro o quanto ele é importante.

Não que os outros dias não sejam propícios a isso, mas hoje é o dia para comemorar. Assim como o dia das mães e dos pais. Você não diz que os ama somente nesses dias, certo? Você não os abraça somente nesse dia, certo? Temos o mesmo nesse caso. Com os amigos e colegas que nos circundam todos os dias e que nem sempre lembramos ou damos conta do quão bom um desses abraços pode ser quando vem de uma hora para outra.

Existe uma dúvida na minha cabeça, e gostaria de saber se alguém no mundo é capaz de respondê-la. Afinal de contas, o que é um amigo? Difícil. Até hoje ninguém encontrou palavras para me responder, ninguém conseguiu sequer nem tentar explicar. Difícil. Mas ao mesmo tempo, se você chega com alguém perto de mim e eu lhe pergunto: “Quem é?” você me responde: “É meu amigo!”, cheio de orgulho e sorrisos no rosto.
 
Quando uma criança começa a frequentar o colégio, ninguém as explica o que são amigos, nem lhe diz quais devem ou não ser seus amigos. Eles apenas brincam com os coleguinhas ao lado e vão, pouco a pouco, descobrindo o que é a tão famosa amizade que os adultos tanto falam. Eles também não perguntam o que é um amigo quando você diz que tem um. Eles apenas aceitam e absorvem aquilo para si. Incrível não?

O mundo das amizades é complicadíssimo. São motivos bestas que levam às brigas, motivos estranhos que fazem as amizades surgirem, e motivos extremamente idiotas que as mantém e as tornam cada vez mais fortes. Neste mesmo mundo, jamais sabemos quando alguém que acabou de nos ser apresentado pode ser tornar um grande amigo, como aqueles de infância. Maravilhoso é olhar para trás e ver como você conheceu cada um dos seus amigos. Dá um calafrio, uma sensação esplêndida que só quem tem amigos de verdade é capaz de entender.

Existem tantos tipos de amigos... Eu posso citar alguns por experiência própria. Existem aqueles que crescem com você, passam pelos momentos mais vergonhosos, veem e apoiam as suas mudanças, contam a todos os seus podres de infância e você continua amando cada segundo ao lado deles. Há também os que surgem na sua vida depois que você já é grande, tem alguma noção de como se comportar, e pode sair sozinha para os lugares. Ah... Esses são os mais anormais. Eles já te conhecem na sua pior forma: a de adolescente. E para que amigos que mais te aceitam do que os que te conhecem assim, certo? Podemos contar também com os amigos que não são tão próximos mais que ainda assim te fazem falta se chegam e não te dizem um simples “Oi”.

Tem aquele tipo diferente. Especial. O tipo que só alguns premiados conhecem. Os amigos ‘virtuais’. Sim, entre aspas porque a palavras ‘virtuais’ é só uma referência, levando em conta que esses amigos, quando são verdadeiros, não são somente virtuais. Eles rompem as barreiras da internet e invadem sua vida como qualquer amigo que te veja todo dia. Esses são os que você mais quer proteger e não pode, os que você tem mais vontade de abraçar, de olhar nos olhos e dizer um: “eu te amo!” com toda a vontade, e também não pode. E porque não contar com os amigos irmãos, certo? No meio de todos esses tipos, alguns se destacam mais que outros e passam a ser vistos por você como irmãos. São os que brigam com você quando tem que brigar, que te dizem o que pensam sem medo, que te aconselham da melhor forma possível, que te colocam debaixo de um escudo impenetrável sem antes passar por eles.

Eu digo que o meu coração tem um tamanho avantajado. Porque ele guarda todos esses tipos de amigos e sempre tem espaço para mais um. Amigos nunca são demais, e estou sempre aberta a um novo sorriso ou abraço que possa me confortar e fazer parte da minha vida para todo o sempre. Para todos esses tipos de amigos que me rodeiam, quero desejar de verdade um FELIZ DIA DO AMIGO. Alguns eu tive o prazer de abraçar, outros infelizmente não. E é por isso que escolhi a imagem abaixo. Se não abracei todos fisicamente, posso abraçar o meu coração. Pois assim tenho certeza que estarei abraçando TODOS vocês.



B.S.


Um dia


Não choro mais. Na verdade… nem sequer entendo por que digo ‘mais’, se não estou certo se alguma vez chorei. Acho que sim, um dia. Quando havia dor. Agora só resta uma coisa seca. Dentro, fora.
Caio F.

E isso não é para cortar o coração de qualquer pessoa que ama demais?


Já perdi quem achei que nunca fosse perder. E foi da pior forma. Já disse eu te amo tentando provar que o tempo era incapaz de mudar meus sentimentos verdadeiros, e fui ignorada provando que tudo que me disseram um dia foi mentira. Já chorei por isso, e hoje tudo que posso fazer é rir e seguir em frente.

Hoje tenho medo. Muito medo, e talvez um dos maiores da minha vida. Medo de que isso se repita com tudo e todos que tenho agora. Medo que um dia a vontade de abraçar acabe, que o sorriso espontâneo passe a ser forçado, que o cumprimento passe a ser só um “oi” como a qualquer outro.

A verdade é que tenho medo de que essas pessoas sigam seu caminho e esqueçam do amor que me fizeram sentir. Tenho medo de que olhem as fotos e finjam que nada aconteceu, que joguem fora as cartas e os presentes como jogam um saco plástico qualquer.

Me sinto perdida de pensar que tantos momentos foram apagados das mentes que me esqueceram, e mais desnorteada ainda ao lembrar que, um dia, tudo acaba de uma forma ou de outra. E isso não é para cortar o coração de qualquer pessoa que ama demais?

O que resta é olhar para a vida dos que me abandonaram e torcer para que continuem sorrindo, que não esqueçam meu nome ou ao menos quem fui um dia, que realizem seus desejos existentes desde que os conheço, que tenham sucesso mesmo sem mim, e me fazendo sofrer tanto.

Não acho que tenha feito nada a esses que decidiram desaparecer e me ignorar. Nem acho que tenho feito nada aos que estão ao meu lado agora. Mas quero que ambos os lados saibam que, se algum dia eu fizer algo que lhes deixem tristes ou chateados, essa não foi a minha intenção. Quero que sejam sinceros e me digam sem enfeites o que houve. Me sentirei melhor de explicar e saber que, sem saber, fiz algo que foi capaz de magoar alguém que compõe uma parte do meu coração. Por favor, se fiz uma lágrima escorrer, apenas me diga para que eu possa secar e impedir que outras possam cair.

B.S.

É ser paciente quando se está perto de perder cabeça!


5 sorrisos

"Ele: Sabe o que eu sei sobre você?
Ela: Não, o que?
Ele: Que você tem 5 sorrisos.
Ela: É? Quais são?
Ele: Então... O primeiro é quando você está tímida, é aquele sorriso lindo no cantinho da boca, e logo depois você abaixa a cabeça com vergonha. O segundo é aquele sorriso irônico, quando você sabe da verdade mais está testando alguém. O terceiro é aquele forçado, é quando você esta triste, mas sorri para que ninguém perceba. O quarto é aquele quando você esta feliz, é aquela gargalhada. O quinto, ah o quinto, é quando você esta apaixonada, é aquele em que você sorri quem nem boba, sem motivo, é difícil tirar esse sorriso de você.

Ela sorri...

Ele: Pronto, esse é quinto, o meu preferido."

I owe it all to YOU!


Tudo começou a seis meses. O desejo de reunir todos os amigos, colegas, familiares e pessoas próximas numa noite tão importante para mim. Reservar o espaço, comprar os vestidos, pensar no que dançar, como e com quem dançar. Escolher o convite, escolher os convidados, as lembranças, as musicas da festa, os doces, o penteado, e todos os outros detalhes, me fizeram sentir a maior ansiedade da face da terra.

Durante todos esses meses, mantive as surpresas, ensaiei as coreografias com as mãos tremendo, repeti milhares de vezes a pergunta: “Você vai, não é?!”, chorei de nervoso, não parei de falar sobre a festa em casa, andei muito em todos o shoppings e ainda assim, não consegui parar de pensar em como seria maravilhoso reunir todos vocês.

O tempo foi passando e o dia chegando mais perto. Desejos tiveram de ser deixados pra trás e novos foram surgindo. A empolgação aumentou, os ensaios evoluíram, e comecei  ver que as coisas estava dando certo. Bom, nunca tinha preparado uma festa dessa, mas deu pra sentir o frio na barriga do aniversário e da responsabilidade dos 18 anos que estavam (e ainda estão) por vir.

Meus bens, todos que foram à festa, todos que foram convidados e por algum motivo não pudera ir, eu só queria que cada um de vocês soubessem a importância que isso teve para mim, e que cada um dos momentos desta festa estará guardado dentro de mim por toda a minha vida, sempre que eu rever os vídeos e as fotos.

Vi cada convidado descer as escadas, espantados comigo e com o espaço, recebi os presentes comprados com tanto carinho, ganhei os abraços e os desejos de felicidades, tirei todas aquelas fotos, dancei sem me importar com mais nada, comi e bebi pouco, dancei na boquinha da garrafa, créu na velocidade 5 na parede (e que isso  não seja comentado no futuro, para o bem da minha integridade), dancei lambada mesmo não sabendo, me comportei como uma adolescente de verdade, que gosta de festa, que esquece do mundo, que aproveitar os amigos e que se diverte sem medida.

Fiquei até às 6 da manhã tirando a maquiagem, lavando o cabelo para tentar ao menos reduzir a quantidade de “laquê”, comendo os doces e salgados que me restaram, repetindo com minha mãe sem parar o quanto foi tudo maravilhoso, o quanto me deixou feliz a presença de cada convidado. Acordada até o Sol nascer para tentar adivinhar e abrir todos os presentes, me impressionando e guardando cada um com o maior cuidado.

É... Eu acho que depois de toda emoção da noite de ontem eu só posso dizer:


“Now I've had the time of my life
No, I've never felt like this before
Yes I swear it's the truth
And I owe it all to YOU.”


De coração, MUITO OBRIGADA a todos vocês.


Não procure


Milhões de quilômetros rodados e uma única pergunta


Em algum momento da vida, perguntaram a uma pequena garotinha o que ela achava ser importante na vida dela. Ela, com toda a inocência da idade, respondeu: “Cuidar dos meus brinquedos para eles não quebrarem e eu ficar sem nenhum”. E todos riram.

Os brinquedos quebraram e foram sendo substituídos. Mais alguns anos se passaram e eles foram substituídos por celulares, livros, computadores e novas tecnologias. Neste momento lhe perguntaram outra vez o que ela achava ser importante na vida: “Curtir com meus amigos e aproveitar os que devem ser os melhores anos da minha vida”. Seus pais sorriram e julgaram que ela ainda não era capaz de enxergar ou distinguir o que era mais ou menos importante.

Ela cresceu. Brigou com os pais, esqueceu o quarto rosa, as lembranças da infância. Os que eram amigos lhe obrigaram a provar se eram realmente verdadeiros, e a levaram para caminhos os quais ela jamais seguiria se fosse capaz de responder à pergunta que lhe tinham feito no auge de sua adolescência.

Mais alguns anos se passaram, sua vida mudou e se viu no mesmo estado que estava em sua infância, sem certeza de nada, se arriscando para descobrir o mundo. Parou para pensar. Tinha caminhado por tanto tempo, acreditando estar seguindo um caminho para algo maravilhoso. Caminhado por anos a fio, achando estar seguindo todas as etapas extremamente certas se baseando nas palavras alheias. Caminhou tanto que acabou me acostumando e esquecendo para onde ia. Seguiu sabendo que era por algo importante, e acabou chegando ao lugar errado mesmo assim. Enquanto alguns lhe diziam que deveria olhar para si e desta vez se perguntar o que era realmente importante, ela tinha pensado: “Pouco importa. Se estou caminhando, algum dia irei descobrir”.

Passou por todo tipo de gente. Sem juízo, sem respeito, sem responsabilidade, sem paciência, com pressa e com calma, feliz e deprimido, frustrado e conformado, determinados ou acostumados. Perdeu-se na vida. Engravidou e perdeu bebês, bebeu e fumou tudo o que pode ser considerado fora da lei. Seus pais até tentaram, mas ela não lhes deu nenhuma chance.

Chegou ao fundo do poço. Foi quase presa, abandonada pelos que deveriam ser seus amigos, os quais foram considerados, um dia, a coisa mais importante de sua vida. Enquanto esteve sozinha, acreditando que aquele seria o seu fim, tentou contatar seus pais. A única coisa que pôde ouvir do outro lado da linha foi: “O número chamado não existe”.

“Ótimo” – Pensou – “O número não é mais o mesmo. Que merda foi que eu fiz com a minha vida?”. E as lágrimas tomaram o seu rosto. Alguns anos depois ela saia daquele quarto branco e com apenas fiapos de luz penetrando, e estava de volta ao mundo. Com outros olhos e, principalmente, com outra forma de pensar.

Tentou recordar todos os rostos dos familiares que estavam na sala no primeiro dia em que lhe perguntaram o que era mais importante na sua vida. Seus pais, é claro, alguns primos, tios, e amigos dos pais. Bom, dos amigos não lembraria o nome. Pensou nos primos e tios e tentou encontrá-los. Fez desse o seu maior objetivo.

Infelizmente foi no momento do reencontro que descobriu qual deveria ter sido a resposta à pergunta desde a primeira vez. Seus pais já não estavam mais lá, e por isso não havia mais o que fazer. “E eu que pensava que já tinha passado do fundo do poço...” – Concluiu. Hoje são quilômetros rodados contando todos os caminhos que seguiu, e ela ainda se pergunta como não foi capaz de saber, por tanto tempo, quais eram as verdadeiras coisas importantes em sua vida. Talvez tenha servido como lição, quem sabe. Não poderia voltar atrás e se certificar disto, mas tinha entendido o sentido de tantas repetições daquela pergunta por tantos anos.

B.S.


"Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida." - Platão


A razão pela qual fomos criados

De vez em quando me pego pensando no fato de que algumas pessoas vêm ao mundo já sabendo o que farão para a vida toda. Elas nascem com um dom e nada nem ninguém pode tirar isso delas. Em todas essas reflexões me faço a pergunta: “Mas afinal, para que foi que EU vim ao mundo?”. É verdade que não tenho nenhum dom que eu saiba. Eu apenas gosto de fazer muitas coisas as quais não acho que sejam tão perfeitas a ponto de ser um dom. Como escrever.

Alguns nascem para cantar, e quando abrem a boca pela primeira vez é como se aquilo saísse do seu controle e se tornasse simplesmente magnífico. Já outros nasceram para serem grandes artistas de sucesso, sem que ninguém precise lhes ensinar como. Existem ainda aqueles que nasceram para simplesmente ser a voz no coração dos que precisam, e que estará lá para sempre.

Mas será que nós que não temos ideia do motivo pelo qual nascemos não fazemos parte dos que deixarão sua marca no mundo? Será que passaremos esquecidos, como apenas mais um número nas estatísticas populacionais? Vamos lá, você não pode me dizer que realmente acredita nisto, não é?!

A questão é que todos nós, por mais clichê que seja, nascemos para fazer alguma coisa no mundo. Os que sabem desde sempre, ótimo, não deixem sua chance passar e aproveitem todo o seu potencial, os que não sabem, esperem e algum dia seu coração vai lhes informar que vocês acabam de descobrir. Todos nós iremos encontrar o nosso lugar no mundo, a razão pela qual fomos criados e trazidos a este completo caos, e por incrível que pareça nos sentiremos orgulhosos por isso. Um dia, eu garanto, nós saberemos.

B.S.

"Dar menos que seu melhor é sacrificar o dom que você recebeu."
(Steve Prefontaine)

Nobody does

“Look, maybe it’s the wrong time, or maybe he’s even the wrong guy. But if he is, how long are you gonna wait to find out? Ten years. I’ve been keeping them company while they spend a night or two here on their way to where we’re all going. They all had plans, Kate. Things they were gonna do when they got around to it. Go on a cruise, lose 10 pounds, fall in love… They thought they had all the time in the world. But nobody does.”


(Lanie Parish - Castle)

“That’s what partners do”


Infiltrada na minha maratona de milhões de séries, tenho pensando já faz um tempo em como as coisas funcionam por lá. Agradeço por elas não serem perfeitas e não me mostrem personagens perfeitos, e agradeço por cada uma dela tentar provar ao mundo o valor de uma verdadeira amizade e até onde o verdadeiro amigo pode ir.

Afirmo isso sobre todas elas com convicção. Das séries de comédia, passando pelas séries que tratam da medicina até as séries policiais (minhas preferidas), todas falam, cada qual de sua maneira, excessivamente sobre isso. Não trato de FRIENDS em particular, quando cito uma série de comédia, porque essa vai além de qualquer explicação, e só quem assistiu entende.

Não são as amizades ideais, como as pessoas vivem sonhando. Não. São todas com seus problemas, suas individualidades, seus conflitos e ainda assim são amizades. New Girl, por exemplo, me deixa com lágrimas nos olhos quando nos mostra até onde cada amigo iria pelo outro. O que faz pensar: “Será que eu jogaria as chaves do meu carro no precipício só para ficar perdida junto com meu amigo no meio do deserto?”. Estranho, eu sei. E não é só por falarmos da Jess, mas são as coisas estranhas que são capazes de provar quão verdadeiras algumas atitudes podem ser.

Há anos acompanho Bones e The Mentalist, em especial. Séries policiais, e que me conquistaram especialmente pela parceria de Brennan e Booth, e Lisbon e Jane. Enredos totalmente diferentes e amizades sustentadas de formas completamente diferentes, mas ainda assim me impressionam. As duas, assim como In Plain Sight (que entrou para a lista há pouquíssimo tempo) foi que me fizeram chegar nessa reflexão complexa e ao mesmo tempo magnífica. Parceiros que arriscam a vida todos os dias juntos tendem a ser superprotetores. Mas é exatamente como diria Marshall Mann:

“É o nosso instinto animal. Queremos avançar em tudo aquilo que ameaça o que amamos. Somos influenciados a ser assim.”

Booth já ficou preso num navio prestes a explodir, Brennan quase morreu asfixiada debaixo da terra. Lisbon quase foi morta por um atirador de elite e Jane foi capaz de matá-lo mesmo sem nunca ter pego numa arma, e sendo o atirador um dos que poderia ajudar a encontrar o assassino de sua esposa e filha. Marshall já levou um tiro no meio do nada, enquanto ele, Mary e uma testemunha qualquer, estavam correndo grandes riscos de vida e nenhum sinal de civilização por perto. Mary levou um tiro no abdômen enquanto tentava salvar a vida de uma outra testemunha.

Cansa só de repetir. Mas nesses momentos, pouco importava o mundo ao redor ou o que as pessoas pensariam. Se a conversa não desse jeito, a violência daria. O que não sairia impune era tentar acabar com a vida de um amigo tão importante, e achar que tinha sido mais um na lista de assassinatos. “That’s what partners do”.

Eu poderia ter incluído Castle na lista acima. Poderia citar quantas vezes os dois já estiveram em perigo. Mas aí é que vem a exceção. São cerca de 9 vezes (para cada um) que isso se repete. Se enfiar na frente de uma bala, invadir um apartamento em chamas, dentre tantas outras, os tornam diferentes. Mais do que falar que a Beckett não está sozinha, ele prova, todas as manhãs, todos o dias em que o caso da sua mãe lhe sobe a cabeça e ele é o único suporte que ela tem por perto. Me diga, quantos amigos hoje se apresentam assim?

Agora de uma forma diferente, e talvez mais humana que todas as outras. Private Practice faz parte das preferências a pouco tempo, também, mas dá lições tão boas, ou até melhores, que as outras. Uma série de medicina tem uma tendência maior a tratar da realidade como ela é, sem máscaras e sem mentiras sobre todas as chances que uma pessoas tem de morrer, e ainda assim vive. O que você faria se um dos seus melhores amigos estivesse numa mesa de cirurgia e você soubesse que é o melhor capaz de salvar sua vida? Você faria, ou largaria mão disso por achar que não é capaz? A Addison foi capaz de fazer por todos o que não faz por si. Foi capaz de largar sua vida e se preocupar muito mais com os amigos, nem sempre sendo reconhecida, e nem sempre acertando em todas as suas tentativas.

E é isso que me faz parar e pensar se tudo isso realmente acontece em algum lugar do mundo. Se existem amigos assim tão maravilhosos ao ponto de arriscar sua vida para vingar ou salvar a vida do outro que, algum dia, já fez ou fará o mesmo por você. Então, para vocês, o que mais existe no mundo? Booths e Brennans, Marys e Marshalls, Lisbons e Janes? Jess’ e Nicks ? Castles e Becketts? Ou Addisons? 


B.S.

I don't wanna live that

"O momento mais difícil na vida de alguém é quando a névoa da infância se dissipa e nós vemos, pela primeira vez, os nossos pais como pessoas."

(Mary Shannon - In Plain Sight)

A ideia que restava do tom acinzentado das nuvens

Era noite e o céu estava nublado, quando ela percebeu pela primeira vez. Tinha passado todo o dia fora, torcendo para que não caíssem pingos sobre sua cabeça, afinal, ela estava desprotegida, já que saíra de casa cedo e debaixo de um céu aberto e sem nuvens, inclusive.

                - O tempo é louco – pensou, enquanto abria o portão de casa, observando o céu fechar e alcançar a tonalidade cinza escuro.

Estava em casa. Agora sentia-se mais segura do que nunca. Era exatamente assim que o mundo soava quando estava debaixo das asas de sua mãe. Um sorriso e nada seria capaz de detê-la. Então, trocou de roupa, tomou uma xícara de café, e se pôs de frente ao computador, como de costume.


Sentiu um vento frio passar pelas costas, e olhou para a janela de casa. Era impossível perceber, de lá, as primeiras gotas de chuva caindo, mas agora, o barulho já era familiar. A chuva forte, prometida pelo tom acinzentado das nuvens, estava caindo sem previsão de acabar. Ela continuava digitando no teclado a sua frente, enquanto sua mente fazia o mesmo percurso de todas as anteriores noites chuvosas.

                - Você não vai olhar. Você não vai olhar. Você não vai olhar.

No instante seguinte, estava sentada na beirada do sofá, com a mão prestes a girar a maçaneta da porta principal. Por um lado ela queria ver o estado que estava a rua, e a forma como a chuva caia parecendo querer quebrar qualquer superfície sólida com a qual esbarrasse. E ela abriu. A maçaneta girou e ela pode ver aquela imensidão formada pela água que despejava do céu sem nenhum controle, juntamente com o reflexo dos holofotes que tentavam iluminar e facilitar a visão dos motoristas que passavam na avenida.

Naquele momento, como ela já imaginava, teve uma sensação estranha. Talvez não mais tão estranha como nas primeiras vezes. O medo. Um medo incontrolável de todo e qualquer estrago que aquela chuva poderia causar. Medo de que se tornasse mais forte, quanto mais o tempo corresse.
Fechou a porta, fitou o chão e repetiu para si mesma:

                - Para que ter medo, não?! Nas outras vezes foi a mesma coisa. Você lutou para não abrir, e abriu. O medo bateu, você fugiu, se enfiou no seu quarto, e rezou para que se isolasse do barulho e se concentrasse em outra coisa. Pensamentos sobre coisas boas, como diria sua mãe. – E sorriu ao lembrar-se da receita de sua mãe para qualquer situação assustadora. – Porque agora será diferente?

Ela entrou, sentou de volta ao computador, e se concentrou nas janelinhas que piscavam quando alguém tentava lhe chamar atenção. A chuva passou. Ela sorriu novamente ao olhar para a janela e ver que não escorriam mais gotas sobre o vidro. Pensou nas madrugadas que tremeu de medo, enquanto sua mãe dormia no quarto ao lado. Ela não queria acordá-la, apesar de saber que, se o fizesse, não seria incomodo algum. Lembrou a sensação de acordar do silêncio do seu quarto e abrir a porta dando de cara com o barulho no vidrinho do banheiro. Entendeu que aquilo não passaria durante as madrugadas, ao menos não tão cedo.


Ela diria a si mesma para não chegar à porta nunca mais. Mas, agora, sabia da importância que aquilo tinha para ela. Acima de tudo, ela deveria exercitar o que aquela pessoa lhe dizia sempre que ela desejava ser envolvida por suas asas novamente: “Pense em coisas boas, e os pensamentos assustadores vão passar.”. 

Logo concluiu. O fato é que seus medos não vão passar de uma hora para outra. E não vão deixar de surgir, afinal, sempre se tem medo do que é desconhecido. Talvez por isso houvesse sempre um impulso que a levasse a abrir a porta durante as tempestades, e enfrentar toda a imagem de caos que aquilo lhe passava. Para conhecer o que mais lhe afligia enquanto ela não podia observar. E, na sua cabeça, era  essa a ideia que restava do tom acinzentado das nuvens. 
                 
               - Ao que parece, não só o tempo é louco. O mundo é louco, juntamente com todos os fenômenos que se escondem aos nossos olhos. O estranho é louco, o diferente é louco, o sentir, seja lá  como for, é louco. Nós somos loucos. Afinal, quem pode atestar sua completa sanidade, não é?!

B.S.

Os que você quer na trincheira


"Em nossas vidas, cada um de nós desenha círculos. Dentro estão as suas pessoas. As pessoas pelas quais você briga, você projete, não importa o que. Conforme você envelhece, seu círculo fica menor e menor, pessoas crescem ou não, elas caem no esquecimento ou apenas se afastam, um dia de cada vez. Mas aqueles que ficam, nos bons e maus momentos, e tudo mais, são os que você quer na trincheira, quando as paredes ruírem."

(Mary Shannon - In Plain Sight)

E quantas mais hein?!

Queria poder derramar lágrimas por este mesmo motivo todos os dias. Sei que, infelizmente, na maioria das vezes elas serão derramadas por motivos realmente tristes onde não há outra solução, senão chorar e colocar as angústias para fora.  Mas hoje não foram elas que jorraram pelo meu rosto.

Esse foi o aniversário que mais me fez pensar. Me fez para pra refletir e analisar se o dia seria como eu esperava que fosse (decepcionante) ou poderia me surpreender com surpresas, comprovando que eu estava errada quando acordei pensando assim. Adivinha? Foi exatamente como eu esperava. Quer dizer, na maioria das vezes isso é bom porque em 98% das situações eu espero que tudo dê certo e seja tão bom quanto pode ser, mas não nesse caso, obviamente.

Acho que é a terceira vez que escrevo um texto na mesma data e pelo menos motivos. Já está virando rotina e inédito seria eu não fazê-lo. Quem sabe no próximo ano eu deixe de me importar não é?! Mas por enquanto, vamos afogar as angústias nas palavras porque nesse momento elas são as únicas que podem me ajudar.

Eu sempre disse que não me importo com os presentes. Não estou nem aí para tamanhos, preços ou cores das embalagens. Agradeço muito por todos, de coração. Mas o importante para mim é o abraço, são as palmas de um “Parabéns, para você...”, são os sussurros ao ouvido enquanto me abraçam desejando que eu seja mais feliz do que já sou. Para os que não podem estar perto, são os telefonemas e as palavras que mais importam. O que me faz pensar é como algumas pessoas podem esquecer a ponto de nem isso me oferecer.

Como diria o rapaz em “O Alquimista” (de Paulo Coelho), às vezes a vida nos dá sinais. E talvez esse dia tenha sido um sinal por completo. Pelo lado bom e pelo lado ruim, é claro. Cada olhar que me foi direcionado (especialmente os mais importantes), sem nenhuma promessa de lembrança da data, foi como a pedra dada ao rapaz pelo rei. Elas pareciam querer piscar com os “sins” e “nãos” a todo o momento. Talvez esse seja apenas o primeiro sinal que me apresenta os verdadeiro amigos, aqueles que as vezes são e as vezes não, e que eu talvez deva ser mais seletiva ao invés de ser boa demais com todos ao redor. Não. Não sou vingativa nem nada, e provavelmente eu vou esquecer disso em breve.

Tenho reparado que com cada ano, eu perco mais as esperanças com certas coisas. E olha que dizem que ela é a última que morre, hein?! O mais é incrível é que algumas pessoas são parte de mim a mais tempo do que eu mesma sei, e ainda assim não são capazes de apertar o botão verde do telefone para ouvir minha voz. Isso machuca. De verdade. O pior é ter que fingir que não se importou, que nada aconteceu e que vai desculpar. Claro que eu vou. Mais. Uma. Vez. E quantas mais hein?! Nunca senti ciúmes, e ainda não sinto. A questão é: Porque estou crescendo, essa data não importa mais? Porque não ganho mais brinquedos, essa data não serve de mais nada? Muito pelo contrário. Essa data é a única coisa que tenho para fazer as pessoas me abraçarem espontaneamente, me ligarem pra gritar e desejar tudo do melhor, ou apenas para dizer que lembraram de mim, caramba. Mas nem isso né?!

Eu sempre uso Pollyana como exemplo. O jogo do contente funciona, e me surpreendo de ser uma jogadora assídua. Mas o jogo parou de funcionar para ela por um dia, por um motivo, que diga-se de passagem tem um pouco de relação com o meu. E Pollyana chorou. Todas as lágrimas que o jogo do contente ajudou a reprimir. Foi uma criança, abraçada com a boneca, e olhando pela pequenina janela do seu quarto. Bom, meu quarto não tem janelas, e geralmente abraço o meu snoopy, mas ainda sou uma criança por dentro. E a parte de mim que está grande é a que me faz sofrer por isso. Mas infelizmente não posso negar. Não posso mentir para mim mesma e fingir que foi o melhor dia da minha vida. Alguns anjos que Deus me deu, me fizeram ver que ainda vale a pena se dedicar a alguém nesse mundo. E Meu Deus, por favor mantém esses anjos por perto, porque mesmo sem asas, eles precisam e conseguem me fazer flutuar para uma outra realidade.

B.S.

Você me completou de alguma forma

“É por isso que eu não conto às pessoas sobre nós. Elas não entenderiam e eu não sinto necessidade de explicar, simplesmente porque o meu coração sabe o quanto foi real. Quando penso em você, não posso evitar um sorriso, sabendo que você me completou de alguma forma.”

— Querido John.

Acabo de descobrir que existe algo ainda maior


    Em três anos eu nunca senti o que sinto agora. Em três anos nunca tive tanta certeza como agora. Em três anos eu imaginei, mas não tinha chegado a perceber tão claramente. Desde o começo Deus me deu vocês para olharem para mim todos os dias e me fazerem acreditar que sou capaz, para me dizerem as palavras que me encorajam todos os dias a seguir passando por cima de todos os obstáculos.
    Não é pelas palavras que eu sigo em frente. É por causa de vocês. Porque eu sei que se nesse caminho que devo seguir, se eu tropeçar ou alguém tentar me derrubar, cada um de vocês me segura pelo braço e me pergunta: “Pronta para continuar?”. E isso importa mais do que qualquer outra coisa.
   É por vocês que eu sou capaz de esconder minha vontade de chorar e olhar nos olhos dizendo: “Não chore. Lembre que no fim tudo dá certo.”. Eu quero chorar, às vezes é mais forte que eu, mas para encorajar vocês da forma que vocês fazem comigo, eu sou capaz de prender qualquer lágrima que ameace sair.
    É com vocês que eu tenho passado os melhores e os mais difíceis momentos da minha vida. É para vocês que tenho falado coisas que não falaria para ninguém, é com vocês que tenho coragem de dizer o que penso sem perder uma amizade. É em vocês que eu penso todos os momentos que alguém tenta impor algo achando que não sou capaz de superar.
    Eu sei que é com vocês que ainda vou discutir por besteira muitas vezes. Sei que é com vocês que vou chorar quando eu não conseguir segurar as lágrimas. Sei que é no abraço de vocês que vou encontrar o maior conforto nas necessidades, e o maior sinal de amor em todas as outras horas.
    Então vamos lá. Vocês concordam comigo, certo? Passamos por dois anos e meio e não morremos. Muito pelo contrário, nós três nos fortalecemos ainda mais. Se um não sabe, um dos outros dois há de saber, portanto temos de nos unir e prometer a nós mesmos que não haverá espaço para desespero em momento algum. Tenho plena certeza que nos ajudaremos muito mais do que imaginamos ser possível hoje, e que no futuro ainda vamos rir de tudo isso.
    Entendam uma coisa. Vocês são para mim pessoas que eu vejo com admiração. Pessoas que eu pretendo colocar dentro do peito e proteger de todos que tentam machucar todos os dias, porque sei que fariam o mesmo por mim sem piscar. Que o nosso lema seja hoje e em todos os outros dias o famoso hino do “I’ll be there for you”, e se algum dia houver dúvida, que ele seja repetido sem parar até essa dúvida cessar.
    Por fim, escrevi tudo isso para dizer que os próximos meses serão pesados, talvez os mais complicados da nossa jornada, mas eu não quero saber de lágrimas derramadas, de frases do tipo “Eu desisto”, ou nenhum outro sinal de pessimismo. Espero estar bem o suficiente para repetir isso para vocês todos os dias e espero que estejam bem da mesma forma para me lembrar disso quando minha mente me forçar a esquecer.
    Se tudo o que passamos até hoje, se todas as conversas e revelações que fizemos uns aos outros, se todas as dificuldades não foram capazes de nos separar, eu lhes digo uma coisa com toda a certeza: Se não é amor o que cresce nessa amizade, eu acabo de descobrir que existe algo ainda maior. Acima de tudo, eu AMO vocês, e é isso que me faz seguir em frente todos os dias. Muito obrigada por tudo que já passou e pelo que ainda está por vir. E como diria Jack a Rose (Titanic): “If you jump, I jump”. Ou melhor, se vocês ameaçam pular, eu puxo de volta.


Para C. e V. Always.

Quando está comigo


Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiver comigo, seja toda você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo.
Caio Fernando Abreu

Escolha uma caixinha

    Existem coisas que, por mais absurdas que pareçam, significam muito para alguém. Quando você passa por um momento especial na sua vida e não tem como guardá-lo de forma material, ele fica na lembrança, certo? Mas para alguns, sempre tem como dar significado a algo que esteve presente, ou ao menos foi parte de alguns segundos daquele momento.

    Algumas oportunidades na vida surgem para nos mostrar que para ter um momento especial sempre com você, basta querer. Seja lá como for, pense e você saberá como fazer. Na hora certa, olhe ao redor. A folha caída de uma árvore por perto, um pacote de guardanapo, um pedaço de pano que soltou da sua roupa, a embalagem de um chocolate, o ingresso de uma sessão de cinema ou de um show, uma nota fiscal, ou qualquer outra coisa que você acreditar que será capaz de te lembrar daquele momento.

    Escolha uma caixinha e coloque tudo dentro. Deixe guardada num lugar em que as pessoas não tenham um acesso direto. Deixe que os dias passem, novos momentos aconteçam e mais coisas sejam colocadas lá. Em um dia qualquer, abra essa caixinha e traga tudo à tona. Agora diga em voz alta o que cada um desses pequenos objetos te lembra.

    É uma sensação incrível, não é? O coração bate a mil por hora e você nem sequer consegue controlar. É gostoso ver como pequenas coisas que parecem inúteis aos olhos dos outros, são tão importantes para nós apenas porque estiverem presentes em um momento que gostaríamos que se repetissem para todo o sempre.

    Um exercício para o coração. Para aprender o verdadeiro significado de um encontro, de um abraço, de um simples presente, de um almoço ou jantar, do surgimento de uma nova amizade, do fim de um ciclo ou começo de outro. Não importa porque, quando nem onde aconteceu. Nem tão pouco os outros precisam saber. Mas basta que você abra sua caixinha de vez em quando e perceba o quanto aquelas pessoas foram e serão importantes para você em todos os dias de sua vida. 




B.S.

Abraçando TODOS vocês


20 de Julho de 1969. A chegada do homem a lua marcava a criação de uma data linda. Talvez uma das mais especiais do calendário comemorativo. O dia do amigo. Tão especial quanto o dia das mães e o dia dos pais, eu diria, afinal, estes são também amigos. Nesta data muitos abraços são dados, muitas palavras são explanadas na tentativa de mostrar ao outro o quanto ele é importante.

Não que os outros dias não sejam propícios a isso, mas hoje é o dia para comemorar. Assim como o dia das mães e dos pais. Você não diz que os ama somente nesses dias, certo? Você não os abraça somente nesse dia, certo? Temos o mesmo nesse caso. Com os amigos e colegas que nos circundam todos os dias e que nem sempre lembramos ou damos conta do quão bom um desses abraços pode ser quando vem de uma hora para outra.

Existe uma dúvida na minha cabeça, e gostaria de saber se alguém no mundo é capaz de respondê-la. Afinal de contas, o que é um amigo? Difícil. Até hoje ninguém encontrou palavras para me responder, ninguém conseguiu sequer nem tentar explicar. Difícil. Mas ao mesmo tempo, se você chega com alguém perto de mim e eu lhe pergunto: “Quem é?” você me responde: “É meu amigo!”, cheio de orgulho e sorrisos no rosto.
 
Quando uma criança começa a frequentar o colégio, ninguém as explica o que são amigos, nem lhe diz quais devem ou não ser seus amigos. Eles apenas brincam com os coleguinhas ao lado e vão, pouco a pouco, descobrindo o que é a tão famosa amizade que os adultos tanto falam. Eles também não perguntam o que é um amigo quando você diz que tem um. Eles apenas aceitam e absorvem aquilo para si. Incrível não?

O mundo das amizades é complicadíssimo. São motivos bestas que levam às brigas, motivos estranhos que fazem as amizades surgirem, e motivos extremamente idiotas que as mantém e as tornam cada vez mais fortes. Neste mesmo mundo, jamais sabemos quando alguém que acabou de nos ser apresentado pode ser tornar um grande amigo, como aqueles de infância. Maravilhoso é olhar para trás e ver como você conheceu cada um dos seus amigos. Dá um calafrio, uma sensação esplêndida que só quem tem amigos de verdade é capaz de entender.

Existem tantos tipos de amigos... Eu posso citar alguns por experiência própria. Existem aqueles que crescem com você, passam pelos momentos mais vergonhosos, veem e apoiam as suas mudanças, contam a todos os seus podres de infância e você continua amando cada segundo ao lado deles. Há também os que surgem na sua vida depois que você já é grande, tem alguma noção de como se comportar, e pode sair sozinha para os lugares. Ah... Esses são os mais anormais. Eles já te conhecem na sua pior forma: a de adolescente. E para que amigos que mais te aceitam do que os que te conhecem assim, certo? Podemos contar também com os amigos que não são tão próximos mais que ainda assim te fazem falta se chegam e não te dizem um simples “Oi”.

Tem aquele tipo diferente. Especial. O tipo que só alguns premiados conhecem. Os amigos ‘virtuais’. Sim, entre aspas porque a palavras ‘virtuais’ é só uma referência, levando em conta que esses amigos, quando são verdadeiros, não são somente virtuais. Eles rompem as barreiras da internet e invadem sua vida como qualquer amigo que te veja todo dia. Esses são os que você mais quer proteger e não pode, os que você tem mais vontade de abraçar, de olhar nos olhos e dizer um: “eu te amo!” com toda a vontade, e também não pode. E porque não contar com os amigos irmãos, certo? No meio de todos esses tipos, alguns se destacam mais que outros e passam a ser vistos por você como irmãos. São os que brigam com você quando tem que brigar, que te dizem o que pensam sem medo, que te aconselham da melhor forma possível, que te colocam debaixo de um escudo impenetrável sem antes passar por eles.

Eu digo que o meu coração tem um tamanho avantajado. Porque ele guarda todos esses tipos de amigos e sempre tem espaço para mais um. Amigos nunca são demais, e estou sempre aberta a um novo sorriso ou abraço que possa me confortar e fazer parte da minha vida para todo o sempre. Para todos esses tipos de amigos que me rodeiam, quero desejar de verdade um FELIZ DIA DO AMIGO. Alguns eu tive o prazer de abraçar, outros infelizmente não. E é por isso que escolhi a imagem abaixo. Se não abracei todos fisicamente, posso abraçar o meu coração. Pois assim tenho certeza que estarei abraçando TODOS vocês.



B.S.


Um dia


Não choro mais. Na verdade… nem sequer entendo por que digo ‘mais’, se não estou certo se alguma vez chorei. Acho que sim, um dia. Quando havia dor. Agora só resta uma coisa seca. Dentro, fora.
Caio F.

E isso não é para cortar o coração de qualquer pessoa que ama demais?


Já perdi quem achei que nunca fosse perder. E foi da pior forma. Já disse eu te amo tentando provar que o tempo era incapaz de mudar meus sentimentos verdadeiros, e fui ignorada provando que tudo que me disseram um dia foi mentira. Já chorei por isso, e hoje tudo que posso fazer é rir e seguir em frente.

Hoje tenho medo. Muito medo, e talvez um dos maiores da minha vida. Medo de que isso se repita com tudo e todos que tenho agora. Medo que um dia a vontade de abraçar acabe, que o sorriso espontâneo passe a ser forçado, que o cumprimento passe a ser só um “oi” como a qualquer outro.

A verdade é que tenho medo de que essas pessoas sigam seu caminho e esqueçam do amor que me fizeram sentir. Tenho medo de que olhem as fotos e finjam que nada aconteceu, que joguem fora as cartas e os presentes como jogam um saco plástico qualquer.

Me sinto perdida de pensar que tantos momentos foram apagados das mentes que me esqueceram, e mais desnorteada ainda ao lembrar que, um dia, tudo acaba de uma forma ou de outra. E isso não é para cortar o coração de qualquer pessoa que ama demais?

O que resta é olhar para a vida dos que me abandonaram e torcer para que continuem sorrindo, que não esqueçam meu nome ou ao menos quem fui um dia, que realizem seus desejos existentes desde que os conheço, que tenham sucesso mesmo sem mim, e me fazendo sofrer tanto.

Não acho que tenha feito nada a esses que decidiram desaparecer e me ignorar. Nem acho que tenho feito nada aos que estão ao meu lado agora. Mas quero que ambos os lados saibam que, se algum dia eu fizer algo que lhes deixem tristes ou chateados, essa não foi a minha intenção. Quero que sejam sinceros e me digam sem enfeites o que houve. Me sentirei melhor de explicar e saber que, sem saber, fiz algo que foi capaz de magoar alguém que compõe uma parte do meu coração. Por favor, se fiz uma lágrima escorrer, apenas me diga para que eu possa secar e impedir que outras possam cair.

B.S.

É ser paciente quando se está perto de perder cabeça!


5 sorrisos

"Ele: Sabe o que eu sei sobre você?
Ela: Não, o que?
Ele: Que você tem 5 sorrisos.
Ela: É? Quais são?
Ele: Então... O primeiro é quando você está tímida, é aquele sorriso lindo no cantinho da boca, e logo depois você abaixa a cabeça com vergonha. O segundo é aquele sorriso irônico, quando você sabe da verdade mais está testando alguém. O terceiro é aquele forçado, é quando você esta triste, mas sorri para que ninguém perceba. O quarto é aquele quando você esta feliz, é aquela gargalhada. O quinto, ah o quinto, é quando você esta apaixonada, é aquele em que você sorri quem nem boba, sem motivo, é difícil tirar esse sorriso de você.

Ela sorri...

Ele: Pronto, esse é quinto, o meu preferido."

I owe it all to YOU!


Tudo começou a seis meses. O desejo de reunir todos os amigos, colegas, familiares e pessoas próximas numa noite tão importante para mim. Reservar o espaço, comprar os vestidos, pensar no que dançar, como e com quem dançar. Escolher o convite, escolher os convidados, as lembranças, as musicas da festa, os doces, o penteado, e todos os outros detalhes, me fizeram sentir a maior ansiedade da face da terra.

Durante todos esses meses, mantive as surpresas, ensaiei as coreografias com as mãos tremendo, repeti milhares de vezes a pergunta: “Você vai, não é?!”, chorei de nervoso, não parei de falar sobre a festa em casa, andei muito em todos o shoppings e ainda assim, não consegui parar de pensar em como seria maravilhoso reunir todos vocês.

O tempo foi passando e o dia chegando mais perto. Desejos tiveram de ser deixados pra trás e novos foram surgindo. A empolgação aumentou, os ensaios evoluíram, e comecei  ver que as coisas estava dando certo. Bom, nunca tinha preparado uma festa dessa, mas deu pra sentir o frio na barriga do aniversário e da responsabilidade dos 18 anos que estavam (e ainda estão) por vir.

Meus bens, todos que foram à festa, todos que foram convidados e por algum motivo não pudera ir, eu só queria que cada um de vocês soubessem a importância que isso teve para mim, e que cada um dos momentos desta festa estará guardado dentro de mim por toda a minha vida, sempre que eu rever os vídeos e as fotos.

Vi cada convidado descer as escadas, espantados comigo e com o espaço, recebi os presentes comprados com tanto carinho, ganhei os abraços e os desejos de felicidades, tirei todas aquelas fotos, dancei sem me importar com mais nada, comi e bebi pouco, dancei na boquinha da garrafa, créu na velocidade 5 na parede (e que isso  não seja comentado no futuro, para o bem da minha integridade), dancei lambada mesmo não sabendo, me comportei como uma adolescente de verdade, que gosta de festa, que esquece do mundo, que aproveitar os amigos e que se diverte sem medida.

Fiquei até às 6 da manhã tirando a maquiagem, lavando o cabelo para tentar ao menos reduzir a quantidade de “laquê”, comendo os doces e salgados que me restaram, repetindo com minha mãe sem parar o quanto foi tudo maravilhoso, o quanto me deixou feliz a presença de cada convidado. Acordada até o Sol nascer para tentar adivinhar e abrir todos os presentes, me impressionando e guardando cada um com o maior cuidado.

É... Eu acho que depois de toda emoção da noite de ontem eu só posso dizer:


“Now I've had the time of my life
No, I've never felt like this before
Yes I swear it's the truth
And I owe it all to YOU.”


De coração, MUITO OBRIGADA a todos vocês.


Não procure


Milhões de quilômetros rodados e uma única pergunta


Em algum momento da vida, perguntaram a uma pequena garotinha o que ela achava ser importante na vida dela. Ela, com toda a inocência da idade, respondeu: “Cuidar dos meus brinquedos para eles não quebrarem e eu ficar sem nenhum”. E todos riram.

Os brinquedos quebraram e foram sendo substituídos. Mais alguns anos se passaram e eles foram substituídos por celulares, livros, computadores e novas tecnologias. Neste momento lhe perguntaram outra vez o que ela achava ser importante na vida: “Curtir com meus amigos e aproveitar os que devem ser os melhores anos da minha vida”. Seus pais sorriram e julgaram que ela ainda não era capaz de enxergar ou distinguir o que era mais ou menos importante.

Ela cresceu. Brigou com os pais, esqueceu o quarto rosa, as lembranças da infância. Os que eram amigos lhe obrigaram a provar se eram realmente verdadeiros, e a levaram para caminhos os quais ela jamais seguiria se fosse capaz de responder à pergunta que lhe tinham feito no auge de sua adolescência.

Mais alguns anos se passaram, sua vida mudou e se viu no mesmo estado que estava em sua infância, sem certeza de nada, se arriscando para descobrir o mundo. Parou para pensar. Tinha caminhado por tanto tempo, acreditando estar seguindo um caminho para algo maravilhoso. Caminhado por anos a fio, achando estar seguindo todas as etapas extremamente certas se baseando nas palavras alheias. Caminhou tanto que acabou me acostumando e esquecendo para onde ia. Seguiu sabendo que era por algo importante, e acabou chegando ao lugar errado mesmo assim. Enquanto alguns lhe diziam que deveria olhar para si e desta vez se perguntar o que era realmente importante, ela tinha pensado: “Pouco importa. Se estou caminhando, algum dia irei descobrir”.

Passou por todo tipo de gente. Sem juízo, sem respeito, sem responsabilidade, sem paciência, com pressa e com calma, feliz e deprimido, frustrado e conformado, determinados ou acostumados. Perdeu-se na vida. Engravidou e perdeu bebês, bebeu e fumou tudo o que pode ser considerado fora da lei. Seus pais até tentaram, mas ela não lhes deu nenhuma chance.

Chegou ao fundo do poço. Foi quase presa, abandonada pelos que deveriam ser seus amigos, os quais foram considerados, um dia, a coisa mais importante de sua vida. Enquanto esteve sozinha, acreditando que aquele seria o seu fim, tentou contatar seus pais. A única coisa que pôde ouvir do outro lado da linha foi: “O número chamado não existe”.

“Ótimo” – Pensou – “O número não é mais o mesmo. Que merda foi que eu fiz com a minha vida?”. E as lágrimas tomaram o seu rosto. Alguns anos depois ela saia daquele quarto branco e com apenas fiapos de luz penetrando, e estava de volta ao mundo. Com outros olhos e, principalmente, com outra forma de pensar.

Tentou recordar todos os rostos dos familiares que estavam na sala no primeiro dia em que lhe perguntaram o que era mais importante na sua vida. Seus pais, é claro, alguns primos, tios, e amigos dos pais. Bom, dos amigos não lembraria o nome. Pensou nos primos e tios e tentou encontrá-los. Fez desse o seu maior objetivo.

Infelizmente foi no momento do reencontro que descobriu qual deveria ter sido a resposta à pergunta desde a primeira vez. Seus pais já não estavam mais lá, e por isso não havia mais o que fazer. “E eu que pensava que já tinha passado do fundo do poço...” – Concluiu. Hoje são quilômetros rodados contando todos os caminhos que seguiu, e ela ainda se pergunta como não foi capaz de saber, por tanto tempo, quais eram as verdadeiras coisas importantes em sua vida. Talvez tenha servido como lição, quem sabe. Não poderia voltar atrás e se certificar disto, mas tinha entendido o sentido de tantas repetições daquela pergunta por tantos anos.

B.S.


"Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida." - Platão


A razão pela qual fomos criados

De vez em quando me pego pensando no fato de que algumas pessoas vêm ao mundo já sabendo o que farão para a vida toda. Elas nascem com um dom e nada nem ninguém pode tirar isso delas. Em todas essas reflexões me faço a pergunta: “Mas afinal, para que foi que EU vim ao mundo?”. É verdade que não tenho nenhum dom que eu saiba. Eu apenas gosto de fazer muitas coisas as quais não acho que sejam tão perfeitas a ponto de ser um dom. Como escrever.

Alguns nascem para cantar, e quando abrem a boca pela primeira vez é como se aquilo saísse do seu controle e se tornasse simplesmente magnífico. Já outros nasceram para serem grandes artistas de sucesso, sem que ninguém precise lhes ensinar como. Existem ainda aqueles que nasceram para simplesmente ser a voz no coração dos que precisam, e que estará lá para sempre.

Mas será que nós que não temos ideia do motivo pelo qual nascemos não fazemos parte dos que deixarão sua marca no mundo? Será que passaremos esquecidos, como apenas mais um número nas estatísticas populacionais? Vamos lá, você não pode me dizer que realmente acredita nisto, não é?!

A questão é que todos nós, por mais clichê que seja, nascemos para fazer alguma coisa no mundo. Os que sabem desde sempre, ótimo, não deixem sua chance passar e aproveitem todo o seu potencial, os que não sabem, esperem e algum dia seu coração vai lhes informar que vocês acabam de descobrir. Todos nós iremos encontrar o nosso lugar no mundo, a razão pela qual fomos criados e trazidos a este completo caos, e por incrível que pareça nos sentiremos orgulhosos por isso. Um dia, eu garanto, nós saberemos.

B.S.

"Dar menos que seu melhor é sacrificar o dom que você recebeu."
(Steve Prefontaine)

Nobody does

“Look, maybe it’s the wrong time, or maybe he’s even the wrong guy. But if he is, how long are you gonna wait to find out? Ten years. I’ve been keeping them company while they spend a night or two here on their way to where we’re all going. They all had plans, Kate. Things they were gonna do when they got around to it. Go on a cruise, lose 10 pounds, fall in love… They thought they had all the time in the world. But nobody does.”


(Lanie Parish - Castle)

“That’s what partners do”


Infiltrada na minha maratona de milhões de séries, tenho pensando já faz um tempo em como as coisas funcionam por lá. Agradeço por elas não serem perfeitas e não me mostrem personagens perfeitos, e agradeço por cada uma dela tentar provar ao mundo o valor de uma verdadeira amizade e até onde o verdadeiro amigo pode ir.

Afirmo isso sobre todas elas com convicção. Das séries de comédia, passando pelas séries que tratam da medicina até as séries policiais (minhas preferidas), todas falam, cada qual de sua maneira, excessivamente sobre isso. Não trato de FRIENDS em particular, quando cito uma série de comédia, porque essa vai além de qualquer explicação, e só quem assistiu entende.

Não são as amizades ideais, como as pessoas vivem sonhando. Não. São todas com seus problemas, suas individualidades, seus conflitos e ainda assim são amizades. New Girl, por exemplo, me deixa com lágrimas nos olhos quando nos mostra até onde cada amigo iria pelo outro. O que faz pensar: “Será que eu jogaria as chaves do meu carro no precipício só para ficar perdida junto com meu amigo no meio do deserto?”. Estranho, eu sei. E não é só por falarmos da Jess, mas são as coisas estranhas que são capazes de provar quão verdadeiras algumas atitudes podem ser.

Há anos acompanho Bones e The Mentalist, em especial. Séries policiais, e que me conquistaram especialmente pela parceria de Brennan e Booth, e Lisbon e Jane. Enredos totalmente diferentes e amizades sustentadas de formas completamente diferentes, mas ainda assim me impressionam. As duas, assim como In Plain Sight (que entrou para a lista há pouquíssimo tempo) foi que me fizeram chegar nessa reflexão complexa e ao mesmo tempo magnífica. Parceiros que arriscam a vida todos os dias juntos tendem a ser superprotetores. Mas é exatamente como diria Marshall Mann:

“É o nosso instinto animal. Queremos avançar em tudo aquilo que ameaça o que amamos. Somos influenciados a ser assim.”

Booth já ficou preso num navio prestes a explodir, Brennan quase morreu asfixiada debaixo da terra. Lisbon quase foi morta por um atirador de elite e Jane foi capaz de matá-lo mesmo sem nunca ter pego numa arma, e sendo o atirador um dos que poderia ajudar a encontrar o assassino de sua esposa e filha. Marshall já levou um tiro no meio do nada, enquanto ele, Mary e uma testemunha qualquer, estavam correndo grandes riscos de vida e nenhum sinal de civilização por perto. Mary levou um tiro no abdômen enquanto tentava salvar a vida de uma outra testemunha.

Cansa só de repetir. Mas nesses momentos, pouco importava o mundo ao redor ou o que as pessoas pensariam. Se a conversa não desse jeito, a violência daria. O que não sairia impune era tentar acabar com a vida de um amigo tão importante, e achar que tinha sido mais um na lista de assassinatos. “That’s what partners do”.

Eu poderia ter incluído Castle na lista acima. Poderia citar quantas vezes os dois já estiveram em perigo. Mas aí é que vem a exceção. São cerca de 9 vezes (para cada um) que isso se repete. Se enfiar na frente de uma bala, invadir um apartamento em chamas, dentre tantas outras, os tornam diferentes. Mais do que falar que a Beckett não está sozinha, ele prova, todas as manhãs, todos o dias em que o caso da sua mãe lhe sobe a cabeça e ele é o único suporte que ela tem por perto. Me diga, quantos amigos hoje se apresentam assim?

Agora de uma forma diferente, e talvez mais humana que todas as outras. Private Practice faz parte das preferências a pouco tempo, também, mas dá lições tão boas, ou até melhores, que as outras. Uma série de medicina tem uma tendência maior a tratar da realidade como ela é, sem máscaras e sem mentiras sobre todas as chances que uma pessoas tem de morrer, e ainda assim vive. O que você faria se um dos seus melhores amigos estivesse numa mesa de cirurgia e você soubesse que é o melhor capaz de salvar sua vida? Você faria, ou largaria mão disso por achar que não é capaz? A Addison foi capaz de fazer por todos o que não faz por si. Foi capaz de largar sua vida e se preocupar muito mais com os amigos, nem sempre sendo reconhecida, e nem sempre acertando em todas as suas tentativas.

E é isso que me faz parar e pensar se tudo isso realmente acontece em algum lugar do mundo. Se existem amigos assim tão maravilhosos ao ponto de arriscar sua vida para vingar ou salvar a vida do outro que, algum dia, já fez ou fará o mesmo por você. Então, para vocês, o que mais existe no mundo? Booths e Brennans, Marys e Marshalls, Lisbons e Janes? Jess’ e Nicks ? Castles e Becketts? Ou Addisons? 


B.S.

I don't wanna live that

"O momento mais difícil na vida de alguém é quando a névoa da infância se dissipa e nós vemos, pela primeira vez, os nossos pais como pessoas."

(Mary Shannon - In Plain Sight)

A ideia que restava do tom acinzentado das nuvens

Era noite e o céu estava nublado, quando ela percebeu pela primeira vez. Tinha passado todo o dia fora, torcendo para que não caíssem pingos sobre sua cabeça, afinal, ela estava desprotegida, já que saíra de casa cedo e debaixo de um céu aberto e sem nuvens, inclusive.

                - O tempo é louco – pensou, enquanto abria o portão de casa, observando o céu fechar e alcançar a tonalidade cinza escuro.

Estava em casa. Agora sentia-se mais segura do que nunca. Era exatamente assim que o mundo soava quando estava debaixo das asas de sua mãe. Um sorriso e nada seria capaz de detê-la. Então, trocou de roupa, tomou uma xícara de café, e se pôs de frente ao computador, como de costume.


Sentiu um vento frio passar pelas costas, e olhou para a janela de casa. Era impossível perceber, de lá, as primeiras gotas de chuva caindo, mas agora, o barulho já era familiar. A chuva forte, prometida pelo tom acinzentado das nuvens, estava caindo sem previsão de acabar. Ela continuava digitando no teclado a sua frente, enquanto sua mente fazia o mesmo percurso de todas as anteriores noites chuvosas.

                - Você não vai olhar. Você não vai olhar. Você não vai olhar.

No instante seguinte, estava sentada na beirada do sofá, com a mão prestes a girar a maçaneta da porta principal. Por um lado ela queria ver o estado que estava a rua, e a forma como a chuva caia parecendo querer quebrar qualquer superfície sólida com a qual esbarrasse. E ela abriu. A maçaneta girou e ela pode ver aquela imensidão formada pela água que despejava do céu sem nenhum controle, juntamente com o reflexo dos holofotes que tentavam iluminar e facilitar a visão dos motoristas que passavam na avenida.

Naquele momento, como ela já imaginava, teve uma sensação estranha. Talvez não mais tão estranha como nas primeiras vezes. O medo. Um medo incontrolável de todo e qualquer estrago que aquela chuva poderia causar. Medo de que se tornasse mais forte, quanto mais o tempo corresse.
Fechou a porta, fitou o chão e repetiu para si mesma:

                - Para que ter medo, não?! Nas outras vezes foi a mesma coisa. Você lutou para não abrir, e abriu. O medo bateu, você fugiu, se enfiou no seu quarto, e rezou para que se isolasse do barulho e se concentrasse em outra coisa. Pensamentos sobre coisas boas, como diria sua mãe. – E sorriu ao lembrar-se da receita de sua mãe para qualquer situação assustadora. – Porque agora será diferente?

Ela entrou, sentou de volta ao computador, e se concentrou nas janelinhas que piscavam quando alguém tentava lhe chamar atenção. A chuva passou. Ela sorriu novamente ao olhar para a janela e ver que não escorriam mais gotas sobre o vidro. Pensou nas madrugadas que tremeu de medo, enquanto sua mãe dormia no quarto ao lado. Ela não queria acordá-la, apesar de saber que, se o fizesse, não seria incomodo algum. Lembrou a sensação de acordar do silêncio do seu quarto e abrir a porta dando de cara com o barulho no vidrinho do banheiro. Entendeu que aquilo não passaria durante as madrugadas, ao menos não tão cedo.


Ela diria a si mesma para não chegar à porta nunca mais. Mas, agora, sabia da importância que aquilo tinha para ela. Acima de tudo, ela deveria exercitar o que aquela pessoa lhe dizia sempre que ela desejava ser envolvida por suas asas novamente: “Pense em coisas boas, e os pensamentos assustadores vão passar.”. 

Logo concluiu. O fato é que seus medos não vão passar de uma hora para outra. E não vão deixar de surgir, afinal, sempre se tem medo do que é desconhecido. Talvez por isso houvesse sempre um impulso que a levasse a abrir a porta durante as tempestades, e enfrentar toda a imagem de caos que aquilo lhe passava. Para conhecer o que mais lhe afligia enquanto ela não podia observar. E, na sua cabeça, era  essa a ideia que restava do tom acinzentado das nuvens. 
                 
               - Ao que parece, não só o tempo é louco. O mundo é louco, juntamente com todos os fenômenos que se escondem aos nossos olhos. O estranho é louco, o diferente é louco, o sentir, seja lá  como for, é louco. Nós somos loucos. Afinal, quem pode atestar sua completa sanidade, não é?!

B.S.

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