Esse
foi o aniversário que mais me fez pensar. Me fez para pra refletir e analisar
se o dia seria como eu esperava que fosse (decepcionante) ou poderia me
surpreender com surpresas, comprovando que eu estava errada quando acordei
pensando assim. Adivinha? Foi exatamente como eu esperava. Quer dizer, na
maioria das vezes isso é bom porque em 98% das situações eu espero que tudo dê
certo e seja tão bom quanto pode ser, mas não nesse caso, obviamente.
Acho
que é a terceira vez que escrevo um texto na mesma data e pelo menos motivos.
Já está virando rotina e inédito seria eu não fazê-lo. Quem sabe no próximo ano
eu deixe de me importar não é?! Mas por enquanto, vamos afogar as angústias nas
palavras porque nesse momento elas são as únicas que podem me ajudar.
Eu
sempre disse que não me importo com os presentes. Não estou nem aí para tamanhos,
preços ou cores das embalagens. Agradeço muito por todos, de coração. Mas o
importante para mim é o abraço, são as palmas de um “Parabéns, para você...”,
são os sussurros ao ouvido enquanto me abraçam desejando que eu seja mais feliz
do que já sou. Para os que não podem estar perto, são os telefonemas e as
palavras que mais importam. O que me faz pensar é como algumas pessoas podem
esquecer a ponto de nem isso me oferecer.
Como
diria o rapaz em “O Alquimista” (de Paulo Coelho), às vezes a vida nos dá
sinais. E talvez esse dia tenha sido um sinal por completo. Pelo lado bom e
pelo lado ruim, é claro. Cada olhar que me foi direcionado (especialmente os
mais importantes), sem nenhuma promessa de lembrança da data, foi como a pedra
dada ao rapaz pelo rei. Elas pareciam querer piscar com os “sins” e “nãos” a
todo o momento. Talvez esse seja apenas o primeiro sinal que me apresenta os
verdadeiro amigos, aqueles que as vezes são e as vezes não, e que eu talvez
deva ser mais seletiva ao invés de ser boa demais com todos ao redor. Não. Não
sou vingativa nem nada, e provavelmente eu vou esquecer disso em breve.
Tenho
reparado que com cada ano, eu perco mais as esperanças com certas coisas. E
olha que dizem que ela é a última que morre, hein?! O mais é incrível é que
algumas pessoas são parte de mim a mais tempo do que eu mesma sei, e ainda
assim não são capazes de apertar o botão verde do telefone para ouvir minha
voz. Isso machuca. De verdade. O pior é ter que fingir que não se importou, que
nada aconteceu e que vai desculpar. Claro que eu vou. Mais. Uma. Vez. E quantas
mais hein?! Nunca senti ciúmes, e ainda não sinto. A questão é: Porque estou
crescendo, essa data não importa mais? Porque não ganho mais brinquedos, essa
data não serve de mais nada? Muito pelo contrário. Essa data é a única coisa
que tenho para fazer as pessoas me abraçarem espontaneamente, me ligarem pra
gritar e desejar tudo do melhor, ou apenas para dizer que lembraram de mim,
caramba. Mas nem isso né?!
Eu
sempre uso Pollyana como exemplo. O jogo do contente funciona, e me surpreendo
de ser uma jogadora assídua. Mas o jogo parou de funcionar para ela por um dia, por um
motivo, que diga-se de passagem tem um pouco de relação com o meu. E Pollyana
chorou. Todas as lágrimas que o jogo do contente ajudou a reprimir. Foi uma
criança, abraçada com a boneca, e olhando pela pequenina janela do seu quarto.
Bom, meu quarto não tem janelas, e geralmente abraço o meu snoopy, mas ainda
sou uma criança por dentro. E a parte de mim que está grande é a que me faz
sofrer por isso. Mas infelizmente não posso negar. Não posso mentir para mim
mesma e fingir que foi o melhor dia da minha vida. Alguns anjos que Deus me
deu, me fizeram ver que ainda vale a pena se dedicar a alguém nesse mundo. E
Meu Deus, por favor mantém esses anjos por perto, porque mesmo sem asas, eles
precisam e conseguem me fazer flutuar para uma outra realidade.
B.S.
B.S.
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