Infiltrada
na minha maratona de milhões de séries, tenho pensando já faz um
tempo em como as coisas funcionam por lá. Agradeço por elas não serem perfeitas
e não me mostrem personagens perfeitos, e agradeço por cada uma dela tentar
provar ao mundo o valor de uma verdadeira amizade e até onde o verdadeiro amigo
pode ir.
Afirmo
isso sobre todas elas com convicção. Das séries de comédia, passando pelas
séries que tratam da medicina até as séries policiais (minhas preferidas),
todas falam, cada qual de sua maneira, excessivamente sobre isso. Não trato de
FRIENDS em particular, quando cito uma série de comédia, porque essa vai além
de qualquer explicação, e só quem assistiu entende.
Não
são as amizades ideais, como as pessoas vivem sonhando. Não. São todas com seus
problemas, suas individualidades, seus conflitos e ainda assim são amizades.
New Girl, por exemplo, me deixa com lágrimas nos olhos quando nos mostra até
onde cada amigo iria pelo outro. O que faz pensar: “Será que eu jogaria as
chaves do meu carro no precipício só para ficar perdida junto com meu amigo no
meio do deserto?”. Estranho, eu sei. E não é só por falarmos da Jess, mas são
as coisas estranhas que são capazes de provar quão verdadeiras algumas atitudes
podem ser.
Há
anos acompanho Bones e The Mentalist, em especial. Séries policiais, e que me
conquistaram especialmente pela parceria de Brennan e Booth, e Lisbon e Jane.
Enredos totalmente diferentes e amizades sustentadas de formas completamente
diferentes, mas ainda assim me impressionam. As duas, assim como In Plain Sight
(que entrou para a lista há pouquíssimo tempo) foi que me fizeram chegar nessa
reflexão complexa e ao mesmo tempo magnífica. Parceiros que arriscam a vida
todos os dias juntos tendem a ser superprotetores. Mas é exatamente como diria
Marshall Mann:
“É o nosso instinto animal. Queremos avançar em tudo aquilo que ameaça
o que amamos. Somos influenciados a ser assim.”
Booth
já ficou preso num navio prestes a explodir, Brennan quase morreu asfixiada debaixo
da terra. Lisbon quase foi morta por um atirador de elite e Jane foi capaz de
matá-lo mesmo sem nunca ter pego numa arma, e sendo o atirador um dos que
poderia ajudar a encontrar o assassino de sua esposa e filha. Marshall já levou
um tiro no meio do nada, enquanto ele, Mary e uma testemunha qualquer, estavam
correndo grandes riscos de vida e nenhum sinal de civilização por perto. Mary
levou um tiro no abdômen enquanto tentava salvar a vida de uma outra testemunha.
Cansa
só de repetir. Mas nesses momentos, pouco importava o mundo ao redor ou o que
as pessoas pensariam. Se a conversa não desse jeito, a violência daria. O que
não sairia impune era tentar acabar com a vida de um amigo tão importante, e
achar que tinha sido mais um na lista de assassinatos. “That’s what partners do”.
Eu
poderia ter incluído Castle na lista acima. Poderia citar quantas vezes os dois
já estiveram em perigo. Mas aí é que vem a exceção. São cerca de 9 vezes (para
cada um) que isso se repete. Se enfiar na frente de uma bala, invadir um
apartamento em chamas, dentre tantas outras, os tornam diferentes. Mais do que
falar que a Beckett não está sozinha, ele prova, todas as manhãs, todos o dias
em que o caso da sua mãe lhe sobe a cabeça e ele é o único suporte que ela tem
por perto. Me diga, quantos amigos hoje se apresentam assim?
Agora
de uma forma diferente, e talvez mais humana que todas as outras. Private
Practice faz parte das preferências a pouco tempo, também, mas dá lições tão
boas, ou até melhores, que as outras. Uma série de medicina tem uma tendência maior
a tratar da realidade como ela é, sem máscaras e sem mentiras sobre todas as
chances que uma pessoas tem de morrer, e ainda assim vive. O que você faria se
um dos seus melhores amigos estivesse numa mesa de cirurgia e você soubesse que
é o melhor capaz de salvar sua vida? Você faria, ou largaria mão disso por
achar que não é capaz? A Addison foi capaz de fazer por todos o que não faz por
si. Foi capaz de largar sua vida e se preocupar muito mais com os amigos, nem
sempre sendo reconhecida, e nem sempre acertando em todas as suas tentativas.
E
é isso que me faz parar e pensar se tudo isso realmente acontece em algum lugar
do mundo. Se existem amigos assim tão maravilhosos ao ponto de arriscar sua
vida para vingar ou salvar a vida do outro que, algum dia, já fez ou fará o
mesmo por você. Então, para vocês, o que mais existe no mundo? Booths e Brennans,
Marys e Marshalls, Lisbons e Janes? Jess’ e Nicks ? Castles e Becketts? Ou
Addisons?
B.S.
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