sábado, 2 de março de 2013

O vento e as estrelas, num complô magnífico.

          Todos os dias vêm acompanhados do cair da noite e tudo parece normal. Não olhamos para o céu para ver as estrelas que nasceram para nos presentear com seu brilho, formado a milhões de anos atrás, porém liberados somente naquele exato instante; não olhamos para as luzes das casas ao redor da nossa; não observamos a lua, nem fazemos milhões de planos pensando em todas as músicas românticas que a citam.
        Certo dia, sabe-se lá por descuido de quem, a energia elétrica da sua casa desaparece. Toda a tecnologia e todas as formas possíveis de distração se esvaem do seu alcance. E o que geralmente fazemos é reclamar e reclamar, deitar no sofá fazendo barulhos de frustração. Só o que passa pela nossa cabeça são os trabalhos que estaríamos fazendo, as matérias que estaríamos estudando, as novelas que estaríamos assistindo.
         Todavia, é essa a hora que deveríamos estar observando o maior e melhor espetáculo que nos é proporcionado: O universo. Quando o calor começa a surgir, tudo muda de figura. As janelas e portas se abrem. Ficam escancaradas. O vento para de correr. Quem sabe ele não fez um acordo com as estrelas, não? Talvez tenham armado para que você saia de casa e levante o rosto para o céu. Para observá-las sorrindo e agradecendo a sua presença, te admirando, tão rara a sua imagem é para elas. É isso. O vento e as estrelas estão ao nosso favor.
          Portanto, quando faltar energia, saia de casa, sente-se ou deite-se no chão da sua varanda e, de olhos bem abertos, admire as estrelas. A posição delas, as formas que fazem. Imagine pessoas com quem gostaria de estar naquele momento, ouça, mesmo que distante, as músicas tocando e embalando a sua noite longe da tecnologia. Você sentirá o vento voltar a circular. É ele deixando explícito que não há nada mais belo que um ser natural admirando o tão vasto teto de sua casa, cheio de pequenas e únicas obras de arte com brilho próprio, dançando no lugar, ainda que de forma imperceptível.
         Garanto que a falta de energia cairá em esquecimento após poucos segundos. Você pode até acabar dormindo por horas a fio, e tenha certeza de que a manhã seguinte será incrível, pairando na sua cabeça o belo arranjo das estrelas e os fios do seu corpo arrepiados pelos deslizes ousados do vento. E eles continuarão rindo, apenas mais escondidos e esperando a próxima noite. O vento e as estrelas, num complô magnífico. E quem nos garante que eles também não incluíram as empresas de energia elétrica? 

B.S.

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O vento e as estrelas, num complô magnífico.

          Todos os dias vêm acompanhados do cair da noite e tudo parece normal. Não olhamos para o céu para ver as estrelas que nasceram para nos presentear com seu brilho, formado a milhões de anos atrás, porém liberados somente naquele exato instante; não olhamos para as luzes das casas ao redor da nossa; não observamos a lua, nem fazemos milhões de planos pensando em todas as músicas românticas que a citam.
        Certo dia, sabe-se lá por descuido de quem, a energia elétrica da sua casa desaparece. Toda a tecnologia e todas as formas possíveis de distração se esvaem do seu alcance. E o que geralmente fazemos é reclamar e reclamar, deitar no sofá fazendo barulhos de frustração. Só o que passa pela nossa cabeça são os trabalhos que estaríamos fazendo, as matérias que estaríamos estudando, as novelas que estaríamos assistindo.
         Todavia, é essa a hora que deveríamos estar observando o maior e melhor espetáculo que nos é proporcionado: O universo. Quando o calor começa a surgir, tudo muda de figura. As janelas e portas se abrem. Ficam escancaradas. O vento para de correr. Quem sabe ele não fez um acordo com as estrelas, não? Talvez tenham armado para que você saia de casa e levante o rosto para o céu. Para observá-las sorrindo e agradecendo a sua presença, te admirando, tão rara a sua imagem é para elas. É isso. O vento e as estrelas estão ao nosso favor.
          Portanto, quando faltar energia, saia de casa, sente-se ou deite-se no chão da sua varanda e, de olhos bem abertos, admire as estrelas. A posição delas, as formas que fazem. Imagine pessoas com quem gostaria de estar naquele momento, ouça, mesmo que distante, as músicas tocando e embalando a sua noite longe da tecnologia. Você sentirá o vento voltar a circular. É ele deixando explícito que não há nada mais belo que um ser natural admirando o tão vasto teto de sua casa, cheio de pequenas e únicas obras de arte com brilho próprio, dançando no lugar, ainda que de forma imperceptível.
         Garanto que a falta de energia cairá em esquecimento após poucos segundos. Você pode até acabar dormindo por horas a fio, e tenha certeza de que a manhã seguinte será incrível, pairando na sua cabeça o belo arranjo das estrelas e os fios do seu corpo arrepiados pelos deslizes ousados do vento. E eles continuarão rindo, apenas mais escondidos e esperando a próxima noite. O vento e as estrelas, num complô magnífico. E quem nos garante que eles também não incluíram as empresas de energia elétrica? 

B.S.

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O vento e as estrelas, num complô magnífico.

          Todos os dias vêm acompanhados do cair da noite e tudo parece normal. Não olhamos para o céu para ver as estrelas que nasceram para nos presentear com seu brilho, formado a milhões de anos atrás, porém liberados somente naquele exato instante; não olhamos para as luzes das casas ao redor da nossa; não observamos a lua, nem fazemos milhões de planos pensando em todas as músicas românticas que a citam.
        Certo dia, sabe-se lá por descuido de quem, a energia elétrica da sua casa desaparece. Toda a tecnologia e todas as formas possíveis de distração se esvaem do seu alcance. E o que geralmente fazemos é reclamar e reclamar, deitar no sofá fazendo barulhos de frustração. Só o que passa pela nossa cabeça são os trabalhos que estaríamos fazendo, as matérias que estaríamos estudando, as novelas que estaríamos assistindo.
         Todavia, é essa a hora que deveríamos estar observando o maior e melhor espetáculo que nos é proporcionado: O universo. Quando o calor começa a surgir, tudo muda de figura. As janelas e portas se abrem. Ficam escancaradas. O vento para de correr. Quem sabe ele não fez um acordo com as estrelas, não? Talvez tenham armado para que você saia de casa e levante o rosto para o céu. Para observá-las sorrindo e agradecendo a sua presença, te admirando, tão rara a sua imagem é para elas. É isso. O vento e as estrelas estão ao nosso favor.
          Portanto, quando faltar energia, saia de casa, sente-se ou deite-se no chão da sua varanda e, de olhos bem abertos, admire as estrelas. A posição delas, as formas que fazem. Imagine pessoas com quem gostaria de estar naquele momento, ouça, mesmo que distante, as músicas tocando e embalando a sua noite longe da tecnologia. Você sentirá o vento voltar a circular. É ele deixando explícito que não há nada mais belo que um ser natural admirando o tão vasto teto de sua casa, cheio de pequenas e únicas obras de arte com brilho próprio, dançando no lugar, ainda que de forma imperceptível.
         Garanto que a falta de energia cairá em esquecimento após poucos segundos. Você pode até acabar dormindo por horas a fio, e tenha certeza de que a manhã seguinte será incrível, pairando na sua cabeça o belo arranjo das estrelas e os fios do seu corpo arrepiados pelos deslizes ousados do vento. E eles continuarão rindo, apenas mais escondidos e esperando a próxima noite. O vento e as estrelas, num complô magnífico. E quem nos garante que eles também não incluíram as empresas de energia elétrica? 

B.S.

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