quarta-feira, 9 de maio de 2012

Eu vou morrer de dor


                 Quando era mais jovem, eu vivia me perguntando por que o amor poderia machucar tanto alguém e, ao mesmo tempo, ser o sentimento mais nobre do mundo. Vivia ouvindo as pessoas falarem o quanto sofrem por amor, quantas lágrimas já derramaram, e se questionando por que amar alguém tanto. É esquisito para alguém com um coraçãozinho inocente entender este tipo de coisa.
                Fui crescendo, e começando a entender que é exatamente por amar demais que o sofrimento surge. É impossível que todos que amamos nos amem exatamente da mesma forma, e por mais que digamos que não esperamos nada em troca, ninguém é feito de ferro para dar tanto amor sem perceber que está, no mínimo, sendo recebido e cuidado com o devido carinho que merece.     
                Depois de muito tempo você descobre que existem amores e amores. O primeiro é o amor singelo, onde, um abraço, um sorriso e alguém que seca suas lágrimas e exalta seus sorrisos, é tudo na sua vida. O segundo é o amor passional, carnal. O amor que te tira do sério e faz seu coração saltar do peito. Esse é incomparável e, pelo que dizem, só acontece de verdade uma vez. Mas não é dele que pretendo falar, e sim do primeiro.
                É muito difícil encontrar alguém que nos entenda, saiba todos os nossos defeitos, os nossos medos e os nossos piores pesadelos, e que, ainda assim, continua disposto a estar sempre ao nosso lado, nos amando mais do que sabiam que seria possível. Às vezes não temos a oportunidade de encontrar tantos assim e, justamente por isso, achamos meio difícil de ser verdade. Talvez um sonho, ou mesmo um daqueles pesadelos onde o mundo perfeito está cada vez melhor para depois desabar de vez sobre nossas cabeças. Mas às vezes não, sabia?! Às vezes é real e, por medo e por nossa incapacidade de acreditar, não conseguimos perceber isso.
                A realidade é tão cruel que nos faz perder os melhores momentos da vida. Ela é tão cruel que nos afasta daqueles que realmente se importam. Ela é tão cruel a ponto de me fazer ser uma daquelas que mais se importa e que, no fim da história, é a que é esquecida. E hoje eu entendo, perfeitamente e com todas as letras, por que todo mundo vivia dizendo ao meu redor que amar é sofrer. E, chego a conclusão depois de muito tempo, de alguns sofrimentos com relação aos dois amores que citei, que amar está fora das nossas mãos. Por fim, descubro com toda a convicção que, idiota que sou, se amar é sofrer, eu vou morrer de dor.                
"Onde aprender a odiar para não morrer de amor?"
( Clarice Lispector )


B.S.

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Eu vou morrer de dor


                 Quando era mais jovem, eu vivia me perguntando por que o amor poderia machucar tanto alguém e, ao mesmo tempo, ser o sentimento mais nobre do mundo. Vivia ouvindo as pessoas falarem o quanto sofrem por amor, quantas lágrimas já derramaram, e se questionando por que amar alguém tanto. É esquisito para alguém com um coraçãozinho inocente entender este tipo de coisa.
                Fui crescendo, e começando a entender que é exatamente por amar demais que o sofrimento surge. É impossível que todos que amamos nos amem exatamente da mesma forma, e por mais que digamos que não esperamos nada em troca, ninguém é feito de ferro para dar tanto amor sem perceber que está, no mínimo, sendo recebido e cuidado com o devido carinho que merece.     
                Depois de muito tempo você descobre que existem amores e amores. O primeiro é o amor singelo, onde, um abraço, um sorriso e alguém que seca suas lágrimas e exalta seus sorrisos, é tudo na sua vida. O segundo é o amor passional, carnal. O amor que te tira do sério e faz seu coração saltar do peito. Esse é incomparável e, pelo que dizem, só acontece de verdade uma vez. Mas não é dele que pretendo falar, e sim do primeiro.
                É muito difícil encontrar alguém que nos entenda, saiba todos os nossos defeitos, os nossos medos e os nossos piores pesadelos, e que, ainda assim, continua disposto a estar sempre ao nosso lado, nos amando mais do que sabiam que seria possível. Às vezes não temos a oportunidade de encontrar tantos assim e, justamente por isso, achamos meio difícil de ser verdade. Talvez um sonho, ou mesmo um daqueles pesadelos onde o mundo perfeito está cada vez melhor para depois desabar de vez sobre nossas cabeças. Mas às vezes não, sabia?! Às vezes é real e, por medo e por nossa incapacidade de acreditar, não conseguimos perceber isso.
                A realidade é tão cruel que nos faz perder os melhores momentos da vida. Ela é tão cruel que nos afasta daqueles que realmente se importam. Ela é tão cruel a ponto de me fazer ser uma daquelas que mais se importa e que, no fim da história, é a que é esquecida. E hoje eu entendo, perfeitamente e com todas as letras, por que todo mundo vivia dizendo ao meu redor que amar é sofrer. E, chego a conclusão depois de muito tempo, de alguns sofrimentos com relação aos dois amores que citei, que amar está fora das nossas mãos. Por fim, descubro com toda a convicção que, idiota que sou, se amar é sofrer, eu vou morrer de dor.                
"Onde aprender a odiar para não morrer de amor?"
( Clarice Lispector )


B.S.

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                 Quando era mais jovem, eu vivia me perguntando por que o amor poderia machucar tanto alguém e, ao mesmo tempo, ser o sentimento mais nobre do mundo. Vivia ouvindo as pessoas falarem o quanto sofrem por amor, quantas lágrimas já derramaram, e se questionando por que amar alguém tanto. É esquisito para alguém com um coraçãozinho inocente entender este tipo de coisa.
                Fui crescendo, e começando a entender que é exatamente por amar demais que o sofrimento surge. É impossível que todos que amamos nos amem exatamente da mesma forma, e por mais que digamos que não esperamos nada em troca, ninguém é feito de ferro para dar tanto amor sem perceber que está, no mínimo, sendo recebido e cuidado com o devido carinho que merece.     
                Depois de muito tempo você descobre que existem amores e amores. O primeiro é o amor singelo, onde, um abraço, um sorriso e alguém que seca suas lágrimas e exalta seus sorrisos, é tudo na sua vida. O segundo é o amor passional, carnal. O amor que te tira do sério e faz seu coração saltar do peito. Esse é incomparável e, pelo que dizem, só acontece de verdade uma vez. Mas não é dele que pretendo falar, e sim do primeiro.
                É muito difícil encontrar alguém que nos entenda, saiba todos os nossos defeitos, os nossos medos e os nossos piores pesadelos, e que, ainda assim, continua disposto a estar sempre ao nosso lado, nos amando mais do que sabiam que seria possível. Às vezes não temos a oportunidade de encontrar tantos assim e, justamente por isso, achamos meio difícil de ser verdade. Talvez um sonho, ou mesmo um daqueles pesadelos onde o mundo perfeito está cada vez melhor para depois desabar de vez sobre nossas cabeças. Mas às vezes não, sabia?! Às vezes é real e, por medo e por nossa incapacidade de acreditar, não conseguimos perceber isso.
                A realidade é tão cruel que nos faz perder os melhores momentos da vida. Ela é tão cruel que nos afasta daqueles que realmente se importam. Ela é tão cruel a ponto de me fazer ser uma daquelas que mais se importa e que, no fim da história, é a que é esquecida. E hoje eu entendo, perfeitamente e com todas as letras, por que todo mundo vivia dizendo ao meu redor que amar é sofrer. E, chego a conclusão depois de muito tempo, de alguns sofrimentos com relação aos dois amores que citei, que amar está fora das nossas mãos. Por fim, descubro com toda a convicção que, idiota que sou, se amar é sofrer, eu vou morrer de dor.                
"Onde aprender a odiar para não morrer de amor?"
( Clarice Lispector )


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