Quando era mais jovem, eu vivia me
perguntando por que o amor poderia machucar tanto alguém e, ao mesmo tempo, ser
o sentimento mais nobre do mundo. Vivia ouvindo as pessoas falarem o quanto
sofrem por amor, quantas lágrimas já derramaram, e se questionando por que amar
alguém tanto. É esquisito para alguém com um coraçãozinho inocente entender
este tipo de coisa.
Fui
crescendo, e começando a entender que é exatamente por amar demais que o
sofrimento surge. É impossível que todos que amamos nos amem exatamente da
mesma forma, e por mais que digamos que não esperamos nada em troca, ninguém é
feito de ferro para dar tanto amor sem perceber que está, no mínimo, sendo
recebido e cuidado com o devido carinho que merece.
Depois
de muito tempo você descobre que existem amores e amores. O primeiro é o amor
singelo, onde, um abraço, um sorriso e alguém que seca suas lágrimas e exalta
seus sorrisos, é tudo na sua vida. O segundo é o amor passional, carnal. O amor
que te tira do sério e faz seu coração saltar do peito. Esse é incomparável e,
pelo que dizem, só acontece de verdade uma vez. Mas não é dele que pretendo
falar, e sim do primeiro.
É
muito difícil encontrar alguém que nos entenda, saiba todos os nossos defeitos,
os nossos medos e os nossos piores pesadelos, e que, ainda assim, continua
disposto a estar sempre ao nosso lado, nos amando mais do que sabiam que seria
possível. Às vezes não temos a oportunidade de encontrar tantos assim e,
justamente por isso, achamos meio difícil de ser verdade. Talvez um sonho, ou
mesmo um daqueles pesadelos onde o mundo perfeito está cada vez melhor para
depois desabar de vez sobre nossas cabeças. Mas às vezes não, sabia?! Às vezes
é real e, por medo e por nossa incapacidade de acreditar, não conseguimos
perceber isso.
A
realidade é tão cruel que nos faz perder os melhores momentos da vida. Ela é
tão cruel que nos afasta daqueles que realmente se importam. Ela é tão cruel a
ponto de me fazer ser uma daquelas que mais se importa e que, no fim da
história, é a que é esquecida. E hoje eu entendo, perfeitamente e com
todas as letras, por que todo mundo vivia dizendo ao meu redor que amar é
sofrer. E, chego a conclusão depois de muito tempo, de alguns sofrimentos com
relação aos dois amores que citei, que amar está fora das nossas mãos. Por fim,
descubro com toda a convicção que, idiota que sou, se amar é sofrer, eu vou
morrer de dor.
"Onde aprender a odiar para não morrer de amor?"
( Clarice Lispector )
B.S.
Nenhum comentário:
Postar um comentário