Que
vontade de fazer algo útil. Que vontade de escrever. Mas cadê a inspiração?
Cadê aquela vozinha na cabeça que te instiga a ir para determinado assunto, já
com as palavras prontas, só colocando no lugar e na ordem correta?
Que
vontade de escrever sobre o mundo. Sobre tudo, sobre todos. Sobre o frio, o
cobertor e o prato de brigadeiro que acompanham um filme na TV. Que vontade de
fechar os olhos e criar novos personagens e novas histórias. Que vontade de
escrever. Mas sobre o que mesmo?
Acho
que a vontade de escrever é tão mais forte, que mesmo com a falta de inspiração
alguma coisa consegue sair. Mesmo que o tema seja exatamente sobre a falta. É
uma sensação de remexer dentro da cabeça tentando tirar alguma pontinha de
esperança com um tema bonito ou engraçado para falar e nada sair.
Por
dez minutos sinto como se eu tivesse enrolando a mim mesma despejando todas
essas palavras que, no fim da contas, não fazem sentido algum. Não constituem
uma história, não falam de amor, nem de amizade, nem tão pouco do ódio, não
falam do mundo ou de como mudá-lo. Não são poesias suspirantes, não são sonhos
reafirmados. Nada.
Está
no sangue não é?! Posso não gostar de nada que está aqui. Nem vou ler
novamente, ou tentar corrigir os possíveis erros. Só estou feliz assim.
Escrevi, coloquei para fora uma vontade incessante que tinha dentro do peito.
Se estou satisfeita? Ainda não. Mas o começo para realizar os objetivos é dar o
primeiro passo, não é?! Me sinto mais livre, mais solta, um pouco mais
tranquila.
Talvez
a escrita seja mesmo minha melhor amiga. Eu desabafo e ela não cansa. Eu canto
tudo que os meus olhos veem, e ela não reclama. Eu sorrio e choro, e ela
continua presente. Eu estou cheia de assuntos e estou calada, e ela está do meu
lado novamente. Talvez seja só isso.
B.S.
B.S.
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