Eu
sei que todos nós precisamos de um tempo para nós mesmos, e às vezes queremos
sumir e esquecer que o resto do mundo existe. A minha cabeça sabe disso. Mas
não o meu coração. E como, tecnicamente, eles funcionam juntos, mais cedo ou
mais tarde um dos dois tomará posse sobre as atividades do outro. Temo que no
meu caso o coração se destaque.
Sei
que ficaria perdida. Totalmente perdida. Sem saber para onde ir, o que fazer.
Sem poder chorar, por saber que o motivo das lágrimas é, também, um dos melhores
ombros para derramá-las. Meu caminho ficaria confuso, mesmo sabendo que não
dependo 100% desse alguém para seguir em frente, meu coração insistiria em
gritar que boa parte de mim não vai funcionar nessas circunstâncias. E talvez
eu tenha certeza de que isso é mentira, porém, já sabemos que a minha cabeça
não está mais em ação, a essa altura do campeonato.
Eu
chegaria em casa e o meu celular não apitaria, anunciando uma nova mensagem. Eu
estaria eufórica para contar sobre o meu dia e ouvir suas novas aventuras nesse
mundo tão pequeno, até perceber que isto não aconteceria. Eu teria preguiça de
abrir os livros, de ver quaisquer letras que expressem ocasiões formais,
afinal, eu estaria esperando letras de conforto e diversão, para relaxar o
estresse de mais um dia esmagador. Eu deitaria para dormir, e mais um sonho
seria tirado de mim. O sonho de no futuro ter essa pessoa por perto em todas as
minhas vitórias, e em todas as suas também.
Como
tema de discussão constante com algumas pessoas, eu me pergunto como saberia se
alguém que tanto amo, não está bem e seus familiares não tivessem contato
comigo? Esse alguém sumiria. E se as coisas piorassem? E se o tempo nos
afastasse por causa da simples ausência de contato? Já passei por essa
experiência e, sinto muito, mas não quero passar de novo. Darei todo o tempo do
mundo a todos que precisem pensar, pois sei que o mundo é assustador e, às
vezes, é melhor estar sozinho do que mesmo na companhia de alguém que tanto te
ama. Às vezes é bom parecer independente.
Só
não quero que esses ‘alguéns’ sumam, e me façam querer isolar também. Não
suportaria a dor de viver longe deles. Podem me chamar de fraca, ou como
quiser. Simplesmente não suportaria. Não seria eu mesma se suportasse.
Apesar
do que parece e do que todos acreditam ver, não são muitos esses ‘alguéns’.
Muitos eu conheço, e a muitos eu quero bem. Mas poucos são os que seriam
capazes de me deprimir se simplesmente saíssem da minha vida sem comunicar tal
decisão, ou explicar por que motivo de força maior o estaria fazendo. São
poucos. Poucos.
Agora,
veja só. Como o ser humano é incrível,
não?! Por algumas horas você se vê sem notícias de alguém, e não seu coração
toma o espaço da cabeça, mas eles se misturam e tentam te enlouquecer. Te fazem
pensar sobre como seria o seu futuro se esse alguém desertasse sozinho por aí,
sem querer mais saber de você... Depois de tudo isso, eu chego à conclusão de
que o tempo que cada um de nós pensa que precisa para si mesmo, é apenas uma
forma de mostrar aos outros o quão importante nós somos, e o quão válido poder
ser a famosa sentença: Só se dá valor quando se perde.
B.S.
B.S.
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