Cedo ou tarde, com ou sem Sol, com ou sem Lua.

                O mundo gira todos os dias, a cada segundo, a cada momento, sem parar. Catástrofes acontecem, pedidos de casamentos são realizados, crianças nascem, guerras começam e terminam, amizades surgem, e ele continua no seu movimento continuo sem pouco se importar com o que se passa dentro dele.

                Levantei da cama e ele continuou girando. Levantei sorrindo, ainda meio atordoada sem ver o Sol no céu, acendendo as luzes de casa para chegar até o banheiro. Tranquei a porta e olhei para o céu, que ainda abrigava a lua branca e brilhante, e vi algumas nuvens passarem. O mundo continuava girando.

                A água do chuveiro despencou nas minhas costas, e decidi que o meu cabelo não seria lavado naquela manhã. O banho terminou rápido, e agora meus olhos já abriam normalmente, e o Sol começava a aparecer e refletir um pouco de sua luz nas janelas. Sentei-me na cama, calcei o sapato e sorri. Acordei bem, sem pesadelos, sem noites mal dormidas, e rezando para que aquele sorriso me acompanhasse pelo resto do dia, e que pudesse ser espalhado para aqueles que não tinham acordado com ele. Recostei no sofá por alguns minutos, abri a porta e admirei o céu novamente, com suas nuvens finas e em movimento. Só para constatar que o mundo continuava girando.

                Tomei meu rumo no caminho ao colégio. Pouco olhei ao redor, mantendo os olhos vidrados no suspense que me empolgava num livro. Barulhos, burburinhos, conversas, gargalhadas e bocejos, e eu continuei ali, vidrada. Pouco mais de quarenta minutos depois alcancei meu destino. Entrei e fui até onde sabia que encontraria alguém familiar, como todas as manhãs de segunda feira. E encontrei. Mas antes de chegar, passei pelo espaço aberto e olhei para o céu novamente. A pessoa não estava sorrindo, mas o mundo continuava girando.

                O dia passou, meu livro ficou mais interessante, as aulas me prenderam, me fizeram sorrir. Depois de cerca de três horas, olhei novamente para o rosto que me foi familiar logo ao chegar. Se eu não havia conseguido, felizmente alguém tinha colocado aquele sorriso lá. Senti-me inútil, mas deixei de lado e torci para que ele permanecesse ali pelo resto do dia, e que eu pudesse alimentá-lo sempre mais.

                No fim das contas, o dia terminou, e o sorriso estava lá. Olhei para ele, e olhei para o céu novamente. As nuvens continuavam girando, e eu continuei a pensar: Sorrindo ou não, o mundo continuará a girar como se nada estivesse acontecendo, portanto, sorria. Sorria sabendo que se a sua tristeza não vai mudar o mundo, você estará permitindo que a sua felicidade te mude, te transforme em alguém mais completo, e traga as pessoas para mais perto. Depois de entender, sorria e olhe para a janela novamente. Cedo ou tarde, com ou sem Sol, com ou sem Lua, me responda: O mundo continua girando, não é?!

                “O sorriso mais bonito é aquele que vem do nada. Solto, livre e sincero.”

B.S.