Só
de pensar em todas essas coisas, meu coração se aperta de uma forma única, como
nada mais pode fazer. Para mim, não existe dor maior do que a ausência de um
amor que um dia existiu e foi, talvez, o mais forte amor que um ser humano é
capaz de sentir.
No
ano em que minha vida deveria mudar para melhor, duas das fases que mais me
fizeram feliz, estavam prestes a ir embora de vez. Será que se eu soubesse que
tudo estava para acontecer, eu teria aproveitado mais? E será que se eu
aproveitasse o sentimento de agora seria diferente?
O
fato é que não trato dos meus amigos que se foram com o tempo, não falo da
minha família cada vez mais afastada, não falo dos professores que sinto falta
da infância, não falo nem sequer da infância em si. Falo de um ser que se foi
há exatos dois anos, sem me dar a chance de dizer Adeus, de dizer nos seus
últimos momentos, o quanto eu te amava, e amo, o quanto, apesar do pouco tempo
por perto, ele me ensinou lições, o quanto ele me mostrou o que é ser
responsável por alguém.
E
eu sinto a falta dele todos os dias. É uma falta que eu tento disfarçar nos
meus sorrisos, na realização dos meus sonhos, nos abraços que recebo das
pessoas, nas respostas de “estou bem” a todo mundo que pergunta, parecendo
preocupado. É muito mais que uma dor. É o sentimento de ser a pessoa mais
irresponsável do mundo. O sentimento de que jamais serei uma mãe exemplar, como
a minha, de que jamais serei capaz de me
responsabilizar por alguém. O sentimento de que ninguém, nenhum outro, pode
substituir o lugar dele dentro de mim.
Mas
meu pequeno, você me ensinou uma das maiores lições da vida. Ensinou-me a
valorizar cada segundo que eu puder ter ao lado de alguém que amo. Ensinou-me a
dizer todos os dias um “Eu te amo” olhando nos olhos, de perto, sem medo e sem
nenhuma vergonha. Te agradeço por isso, mas você não precisava ter ido embora
daquele jeito. Até hoje me pergunto por que tudo aconteceu de uma forma tão
repentina. Talvez Deus tenha feito isso para impedir que eu assistisse os seus
últimos respiros, o seu último momento com os olhinhos abertos, direcionados
para mim. A dor seria pior? Seria mesmo pior do que te perder sem te dar um
último beijo, um último abraço, um último sorriso, ou um desejo de que você
estivesse bem em qualquer lugar que fosse?
Tudo
que eu tenho para dizer, e que venho repetindo todas as noites nos últimos dois
anos, é que eu realmente desejo que Deus te tenha por perto, num lugar muito
melhor do que estaria se estivesse conosco. Espero que você possa me ouvir nos
meus gritos silenciosos, todas as vezes que tento te dizer o quanto te amo,
mesmo depois de todo esse tempo sem você por perto. Sei que, provavelmente,
você estranharia me ver neste estado, com o rosto cheio de lágrimas que não
conseguem parar de jorrar, mas é o que sinto, e preciso de alguns momentos no
tempo para colocá-las para fora.
Hoje
faz dois anos que recebi a sua ausência como uma facada no peito. Talvez até
muito pior. E a cada ano que passar, o meu amor será cada vez maior. Rezarei
por você até o fim dos meus dias, e ninguém, jamais, substituirá o seu lugar.
Eu te amo, Stuart. Desculpe-me
por não estar por perto naquele momento.
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