Mas quem disse que a vida seria de fácil interpretação?

“Você é assim. Você estraga as suas relações quando elas estão ficando sérias.”

Como você reagiria se te dissessem algo assim? Alguns poderiam se chatear, é claro, afinal isso não está nem perto de ser um elogio. Nem uma crítica, talvez. Apenas uma análise dos fatos. E alguém que diz isso deve, no mínimo, ter material suficiente para afirmar.

Mas e quando você percebe que isso é realmente verdade? Você é a única pessoa que sabe os motivos para isso, e sabe que tem a melhor das intenções. Mas os outros não. Quem vê, acha apenas que você está sempre assustada, sempre com medo. Mas no fundo o que você menos quer é que alguém se magoe por que você é uma aberração na sociedade. No fundo você quer proteger os outros da aberração que você descobriu que é, não?

A verdade é que você não pode se privar de alguns sofrimentos, deixando de lado as felicidades que eles podem trazer depois. Você desistiria de um sorvete, antes de prová-lo, só por que sabe que é gelado demais? Exatamente. É semelhante a isso, certo? Mas não é tão fácil assim para você, e no fim das contas você acaba magoando mais, tentando proteger, do que se protegesse sabendo que vai magoar.

Tem tanta gente no mundo querendo te fazer feliz, e você se impede disso por saber que vai fazer esse alguém chorar um dia. Já é hora de parar com isso. Afinal, se você tantas vezes já chorou por que nunca se importou, por que não tentar mais uma vez, tentando proteger, e com alguém que se importa em não te fazer chorar? Tudo bem. Eu sei. É um pouco complexo. Mas quem disse que a vida seria de fácil interpretação?

Vamos seguir em frente. Desistir de proteger quem não quer se protegido, reforçar o aviso, e se jogar de cabeça. Afinal, se tiver de ser será, e não vai ser um ‘sim’ ou ‘não’ vindo de você que irá mudar isso.